Correndo o risco de me tornar repetitivo, volto a abordar o tema da ASAE. E isto porque o sr. Nunes, presidente daquela nobre instituição, teve mais uma brilhante intervenção pública, em declarações ao Sol.
Já toda a gente sabe que a ASAE é uma entidade de carácter persecutório e até inquisitório, mas o sr. Nunes fez mais, muito mais: ameaçou o sector da restauração, dizendo que é provavel que mais de metade dos restaurantes em Portugal venha a fechar.
E isto porquê? Porque os senhores de Bruxelas (pessoas tão ou mais iluminadas do que o sr. Nunes) decidiram criar novas leis, impondo novos deveres ao sector da restauração.
Embora não pertença a este sector, parece-me que hoje em dia, ter um restaurante é uma aventura digna de filme, porque não há mês em que não saia uma nova Directiva ou Regulamento que imponha mais um dever a quem tenha um restaurante, o que implica mudanças constantes, que tornam impossível a manutenção da identidade de um espaço.
Com efeito, é impossível manter uma qualidade constante quando se tem de estar em permanente adaptação a novas regras que saem a cada minuto. E é isto que me preocupa. A ASAE está a destruir progressivamente a identidade dos espaços comerciais, graças às regras imbecis da UE, que tentam impor um padrão a todo e qualquer restaurante.
Daqui a uns anos, ir ao Gambrinus ou a uma tasca vai ser exactamente a mesma coisa. Ou melhor, não vai ser a mesma coisa, porque daqui a uns anos, já não vai haver tascas, porque o cumprimento de certas regras vai ser de tal modo difícil que os donos de tascas vão preferir fechar a loja e ir para casa.
Já se percebeu que é impossível pôr as pessoas da ASAE a pensar um pouco na razoabilidade e na exequibilidade das medidas que impõem.
Só espero que daqui a uns anos, o sr. Nunes tenha uma vontade desgraçada de beber uma ginjinha ou comer uma bola de berlim na praia e se aperceba de que não o pode fazer, graças às regras que impôs cegamente.
Aí sim, irá provar o seu próprio veneno...
ALENTEJO ALENTEJO!!
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