domingo, 13 de janeiro de 2008

Entrevista ao "Robocop"

Ontem, no Telejornal da SIC, deu-se um daqueles momentos televisivos dignos de figurar nos Tesourinhos Deprimentes do Gato Fedorento.

O momento em causa foi a entrevista do Sr. Nunes. A entrevista foi surreal. Quando questionado acerca do facto de a ASAE estar a receber treinos dos SWAT, viu-se bem que o sr. Nunes, sem um texto previamente elaborado à sua frente, não é ninguém. Acerca desta questão, o sr. Nunes baralhou-se, embrulhou-se e foi arrasado pela jornalista.

No fundo, esta ida ao Telejornal acabou por favorecer todos aqueles que discordam do modus operandi da ASAE. É que nem o próprio chefe da ASAE sabe justificar as medidas que aplica. E isto é mais perigoso do que engraçado.

Isto significa que temos um robô ao serviço da ASAE. O verdadeiro Robocop. Ele não pensa - ele aplica as normas. Aliás, ele nem sabe que normas aplica; basta que lhe ponham à frente um papel com uma lei, que ele sai logo disparado para procurar o primeiro malandro que a desrespeitar, por mais insignificante que ela seja.

Esta foi a parte preocupante da entrevista.

Agora vem a parte engraçada. O sr. Nunes diz que fumou no casino na passagem de ano porque estava na "convicção" de que estava num local para fumadores. E é importante salientar que esta convicção baseava-se no facto de estarem todos a fumar à sua volta.

Para bem do sr. Nunes, e aplicando o mesmo pressuposto, ainda bem que não se estavam todos a injectar com drogas duras, porque senão o sr. Nunes teria prontamente sacado da sua seringa e ter-se-ia injectado, com a "convicção"de que isso era permitido, já que todos à sua volta o faziam.

Realmente é uma boa desculpa, esta da "convicção". Agora já sabemos: quando alguém for apanhado em excesso de velocidade, o melhor é dizer que estávamos na convicção de que o limite de velocidade era de 180 e não de 120 km/h. Pode ser que pegue...

Não percebo como é que dão tanto poder ao sr. Nunes. Ou, melhor ainda, não percebo como é que o sr. Nunes, que é tão dado à repetição maquinal de actos, baseando-se nas suas convicções, ainda não resolveu aplicar o seu poder de forma pedagógica e não intimidatória.

No fundo, é apenas uma questão de convicções...

P.S- Assim que o vídeo estiver disponível, colocarei o respectivo link

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