segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

A acção do descontentamento

Hoje mesmo, houve um grupo de empresários da restauração que decidiu propor uma acção contra a ASAE.

Em primeiro lugar, é importante dizer que um gesto destes é raro. Um grupo de pessoas juntar-se e processar um orgão de polícia criminal não é uma coisa que aconteça todos os dias. Até porque habitualmente, os orgãos de polícia criminal não se intrometem na vida privada dos cidadãos.

E esse é o grande pecado da ASAE. Se há coisa que os portugueses detestam é que alguém se meta na vida deles (pelo menos, falo por mim...). Muito menos que haja alguma entidade que se meta com o seu negócio de uma vida, tentando impor regras de Bruxelas a um restaurante seja onde for.

E a ASAE intromete-se, da forma mais grosseira, na vida dos comerciantes, que se estão borrifando para as facas azuis ou encarnadas, para a colher de pau ou de alumínio e para os métodos europeus de higienização de espaços. Para além disso, intrometem-se também na vida dos consumidores, que também se estão borrifando se o papel das castanhas é o papel homologado pela UE, se as bolas de berlim circulam em ambiente refrigerado e se o fiambre tem uma etiqueta com a hora de corte e respectivo prazo.

Daí o descontentamento, daí o ódio, daí esta acção, proposta em Lisboa.

Para além disso, importa ainda salientar que os autores desta acção pediram para manter o anonimato. Certamente sabem que a ASAE é uma entidade poderosa e também vingativa, portanto preferem jogar pelo seguro.

Senão amanhã, lá teriam o sr. Nunes no seu restaurante, de bloco-notas na mão, pronto para lhes fechar a loja.

No "estrito cumprimento das leis e dos regulamentos", como é óbvio...

2 comentários:

Flávio Santos disse...

Sugestão de leitura:
http://dragoscopio.blogspot.com/2008/01/hominicultura-de-avirio.html

PR disse...

Muito obrigado pela sugestão. Realmente o texto do dragoscopio está excelente. De uma acutilância incrível.