quinta-feira, 15 de maio de 2008

No melhor pano...

Na corrida ao PSD, Pedro Passos Coelho parecia-me um dos candidatos mais sérios (a par de Manuela Ferreira Leite).

O seu discurso liberal, com propostas concretas de redução do papel do Estado agradava-me.

Mas, como se diz habitualmente, no melhor pano cai a nódoa. E Passos Coelho deixou cair uma grande nódoa num pano que, até agora, era quase imaculado.

A defesa do casamento dos homossexuais faz com que Passos Coelho abandone um estilo sério e comedido para passar a ir atrás dos lobbies. Talvez ele precisasse de deixar clara esta ideia para ganhar alguma simpatia junto do eleitorado.

Mas perdeu a compostura do discurso sério e elevado que vinha fazendo.

2 comentários:

Anónimo disse...

caro PR, deixe-me dizer-lhe que se, para si, abordar ou ate mesmo concordar com o tema do casamento/uniao civil entre pessoas do mesmo sexo e' abandonar um "estilo serio" de discurso e "passar a ir atras dos lobbies", tenho pena pois para si tambem defesa dos direitos humanos devera logicamente ser um "lobbie" tal como qualquer outro tipo de incentivo ao debate sobre politicas sociais urgentes que, lamentavelmente, os politicos portugueses parecem ter medo de abordar devido a' suposta radicalidade e ameaca para os "valores" portugueses (i.e., catolicos, conservadores) - ou por medo de criarem uma revolta nacional das mentes tacanhas que ainda dominam o portugal de hoje. Nao admira que estejamos no ponto em que estamos a nivel de consciencia e compreensao das realidades globais contemporaneas.

PR disse...

Caro joao

Que temas como este sejam abordados numa campanha, não tenho nada contra. Afinal, em política vale tudo, e se a defesa deste tema garante votos do chamado “lobby gay”, é lógico que o tema tem de ser abordado. No entanto, temas como estes são laterais (embora a Comunicação Social transmita a ideia de que são fulcrais).

Numa eleição para um partido político, será necessário expressar concordância ou discordância com a questão do casamento entre homossexuais? Será que é esse o momento de dar a conhecer ao país as ideias acerca da homossexualidade?
Sinceramente, não me parece. Se Passos Coelho está a concorrer para liderar um partido tem, acima de tudo, de explicar as suas ideias acerca do próprio partido.

Claro que, num partido como o PSD, que tem ambições de ser Governo, é necessário extravasar um pouco os limites do partido e falar de medidas para o país. Mas sejamos realistas: no estado actual das coisas, será a legalização de casamentos homossexuais que faz o País andar para a frente? Será que este tema é essencial para um candidato a presidente de um partido, que poderá até perder?
Ou, por outro lado, será melhor que Passos Coelho fale daquilo que realmente interessa?