quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Voltem para o armário

Soube hoje que está na net uma petição para que Portugal consagre um dia contra a homofobia. O que me despertou maior curiosidade foi o argumento do PPM em relação a esta petição, considerando que a consagração de um dia contra a homofobia discriminará os homofóbicos.
Este argumento atinge os defensores dos direitos dos homossexuais precisamente no ponto que eles mais apregoam: a igualdade. Com efeito, se somos "todos iguais" quando toca ao reconhecimento de direitos aos homossexuais, também devemos ser "todos iguais" quando se trata de reconhecer direitos aos homofóbicos. Se os homossexuais são uma minoria, os homofóbicos são uma "minoria ainda menor", já que nem todos os heterossexuais são homofóbicos.
Portanto, há que defender direitos dos homofóbicos, porque eles são uma minoria e, de acordo com as ideias defendidas pelos homossexuais, as minorias têm de ser defendidas.

Pessoalmente, não sou homofóbico. Mas sentia-me ofendido se existisse um dia contra a homofobia, porque a mim a homofobia não me afecta.
No entanto, fico baralhado ao ver que os homossexuais fazem aos homofóbicos aquilo que se queixam que os heterossexuais lhes fazem a eles.

O que me leva a concluir que os ideais defendidos pelos homossexuais só estão correctos quando se aplicam a eles. Porque, pelos vistos, os homofóbicos podem ser livremente discriminados por aqueles que sairam do armário.

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