segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Ser de Direita

Este post não está directamente relacionado com alguma notícia ou informação de que eu tenha tido conhecimento.
É apenas uma opinião pessoal sobre a divisão entre Direita e Esquerda.

O nosso sistema político está construído para que haja maiorias. Se é com coligações ou sem elas que as maiorias se alcançam, é indiferente. O que importa é que haja uma maioria que possa tomar decisões, sem que a oposição possa bloquear permanentemente os seus propósitos governativos.
E em Portugal, as maiorias são tendencialmente obtidas por partidos de centro. Por vezes, lá têm de se coligar com um partido mais à esquerda ou mais à direita, mas é sobretudo com uma posição de centro que se ganham eleições.

Isto faz com que os partidos situados nos extremos tenham uma representação quase residual do eleitorado. O que faz com que o eleitorado, por sua vez, não confie o seu voto aos partidos dos extremos, porque sabe que será muito difícil que eles cheguem ao poder.
No entanto, hoje em dia, nota-se que os partidos que se situam mais à direita têm bastante menos votos do que aqueles que se situam mais à esquerda. E isto porquê?
Porque uma pessoa que se assuma de direita é automaticamente apelidada de fascista. E as pessoas têm vergonha de ser de direita, porque ao assumirem isso assinam uma espécie de nota de culpa onde se assumem fascistas.

E esta vergonha, este embaraço, faz com que haja uma discriminação inaceitável das pessoas de Direita. Ser de Direita, hoje em dia, é cheirar a mofo, passar os dias na Igreja e ser, como dizem os esquerdistas, "retrógrado". Claro que a culpa desta conotação também é da própria Direita, que nunca se soube reinventar, embora não abandonando os seus princípios, crenças e ideais.

No entanto, não se passa a mesma coisa com a esquerda. Ser de esquerda é ser moderno, liberal e "prá-frentex". E isto porquê? Porque as crenças da Esquerda são voláteis como o ar e maleáveis como a plasticina. A Esquerda tem poucos ideais permanentes. De resto, vive como um catavento, defendendo sempre aquilo que está na moda defender.

E este preconceito (palavra que, curiosamente, a Esquerda detesta, mas alimenta), faz com que a Direita seja discriminada. E isso é facilmente comprovável.

Na Assembleia da República, têm assento parlamentar dois partidos, assumidamente de esquerda: o BE e o PCP.
O PCP acredita num comunismo utópico, que quando foi experimentado na prática, fracassou. E para além disso, partilha da filosofia de Lenine e Estaline. E é bom recordar que este último matou cerca de 20 milhões de pessoas, bem mais do que Hitler. O BE é uma amálgama de ideias, uma espécie de manta de retalhos, que defende a nacionalização da banca e da terra.
Imagine-se o que seria um Partido que partilhasse das ideias de Hitler ter assento numa Assembleia. Era absolutamente impossível. Mas um partido comunista que defende um homem que matou 20 milhões de pessoas já é um sinal de democracia. É fantástico como as noções de democracia flutuam ao sabor das necessidades políticas..

Mas não me quero desviar do essencial. Ser de Direita hoje é mau, e há que mudar essa visão, embora sem alterar a base das crenças políticas da direita.

Mas uma coisa é inegável: a Direita está torta, e é urgente endireitá-la.

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