terça-feira, 4 de dezembro de 2007

O futuro da Ordem dos Advogados

A Ordem dos Advogados elegeu na passada semana um novo bastonário.
Depois de Júdice e Rogério Alves (este último com uma actuação que, na minha opinião, foi deplorável), surge agora um bastonário que sempre foi visto como um "outsider": António Marinho Pinto (AMP).
A primeira opinião que este bastonário me suscita é a de que temos um Justiceiro a comandar os advogados. As únicas vezes que ouvi falar dele foi em certos casos mediáticos, onde AMP aparecia com frequência no programa "Fátima" (?!), comentando processos judiciais em curso.
Tenho de confessar que, para primeira impressão, estas aparições públicas não auguram nada de bom para o futuro da advocacia portuguesa.

Mais uma vez, fiquei com a ideia de que foi eleito um populista, e não sei se essa será a melhor forma de proteger os advogados portugueses. O que a advocacia portuguesa precisa é de alguém que reponha alguma credibilidade à figura do advogado, eliminando o estereótipo de que todos os advogados não passam de uns aldrabões, que apenas servem para extorquir dinheiro às pessoas, enquanto empatam o funcionamento dos Tribunais.

Será AMP a pessoa indicada para esta tarefa hercúlea? A meu ver, não. A sua ânsia de protagonismo faz com que se concentre mais nas suas ambições pessoais do que na defesa dos advogados portugueses. Apesar de o seu discurso transmitir por vezes a ideia de que pretende mudar alguma coisa (sobretudo na questão dos atrasos do Estado no pagamento de oficiosos), julgo que em breve AMP será absorvido pelas suas próprias ambições, tendo um mandato visível e audível na Comunicação Social, apenas para se auto-promover e não para defender e proteger os colegas que dele precisam.

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