segunda-feira, 31 de março de 2008

"Os pobres estão proibidos" - Prof César das Neves, no DN

Curiosamente, hoje preparava-me para escrever um texto criticando a ASAE e a sua paranóia higienista.

Antes de escrever resolvi abrir o DN de hoje. Li o artigo do Prof. César das Neves, e já lá estava tudo.

sábado, 29 de março de 2008

A fuga do erro

Ontem, no debate quinzenal da Assembleia da República, assistimos a um momento “guterrista”, que trouxe à memória algumas recordações hilariantes. Quando se discutia o valor do défice orçamental do ano passado, o nosso primeiro-ministro confundiu 0,1% do PIB com 1% do PIB.

Chamado à atenção pelas restantes bancadas do parlamento, Sócrates, perante a evidência do seu erro, não o reconheceu, preferindo atacar a oposição por lhe ter apontado este erro.

Para um homem que, há pouco tempo, se deu a conhecer na sua intimidade, tentando mostrar-se uma pessoa normal, humilde e razoável, esta fuga para a frente de Sócrates demonstrou bem a falsidade dessa entrevista.

Porque é que Sócrates não assumiu o erro? Bastava pedir desculpa aos deputados e dizer que se tinha enganado. Não era nada do outro mundo. Será que ele acha que só será reeleito se estiver sempre certo? Ou pior, será que ele se acha imune aos erros? Se o faz, procede mal, porque um pouco de humanidade num discurso nunca fez mal a ninguém. Sobretudo quando se tratam de contas matemáticas, que são totalmente objectivas e cujo resultado pode ser facilmente comprovado.

Em suma, parece-me que não lhe tinha ficado mal assumir o erro. Seria a maior prova da veracidade dos seus actos e da sua honestidade. Mas ele desperdiçou-a.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Abriu a caça ao voto

A campanha eleitoral já começou. E para os que (ainda) duvidavam dos propósitos eleitoralistas do nosso primeiro-ministro, esta descida do IVA vem dissipar todas as dúvidas.

A partir deste momento, temos um Governo a governar para eleições. Preparemo-nos, pois, para obras, inaugurações, cortes em impostos, etc. No fundo, preparemo-nos para que o Governo faça tudo aquilo que tinha criticado acerca dos Governos anteriores.

No que respeita à descida do IVA, enquanto consumidor, é uma medida que me agrada. Mas é importante que não nos esqueçamos que, há 15 dias atrás, o nosso primeiro-ministro qualificava uma eventual descida de impostos como "leviana" e "precipitada".

E o que mudou desde então? Apenas uma coisa. Passaram 15 dias, e agora o Governo exerce as suas funções com o único propósito de ganhar votos em 2009.

Onde está agora o rigor, a transparência e a vontade de servir o país? Para onde foi aquela determinação férrea, a ferocidade e a honestidade?

A resposta é simples. Todas estas eventuais virtudes estão agora subjugadas ao peso das urnas eleitorais.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Mau comportamento e falta de personalidade

O caso da aluna que quase agrediu a sua professora tem feito correr muita tinta. Fala-se até de uma possível investigação à aluna, cuja conduta pode implicar sanções criminais.

No entanto, para mim o caso mais grave é o dos outros alunos naquela sala. Que um aluno seja doido e faça uma coisa daquelas, ainda vá. Mas é inadmissível que o resto da turma fique impávida e serena a assistir aquela triste cena, sem fazer nada para separar a aluna e a professora.

E isto espelha bem a sociedade que temos. Vivemos numa sociedade onde todos somos indiferentes uns para os outros. Estamos demasiado agarrados ao nosso próprio conforto para o sacrificar por alguém. Além disso, e voltando ao caso da professora agredida, também vivemos numa sociedade que se preocupa muito com as aparências.

Naquele caso, os alunos nada fizeram porque depois seriam alvo da chacota dos colegas. Basta ver que, assim que alguém quis separar a aluna e a professora, foi logo insultada de "gorda" e "peixona".

Portanto, é óbvio que naquele caso ninguém tenha feito nada, porque depois seria gozado fora da sala.

Além de uma falta de valores gritante, esta atitude demonstra uma falta de personalidade que é ainda mais grave. Hoje em dia, os miúdos de 15 ou 16 anos não têm coragem de assumir posições próprias que sejam diferentes das dos seus colegas. Há uma uniformização do pensamento dos mais jovens que, em última análise, os impede de agir em socorro de alguém, porque isso não seria bem visto no seu grupo de amigos.

E, infelizmente, é esta a única convicção que os jovens têm. É que têm de ser iguais a toda a gente, custe o que custar.

terça-feira, 25 de março de 2008

Obsessões

É inegável. Vivemos num Estado obsessivo. Os nossos governantes acordam, pensam um pouco e, depois disto, escolhem a obsessão do dia, da semana ou do mês, consoante o seu estado de espírito.



Começou com a criação da ASAE. Esta entidade demonstra, sem dúvida, a obsessão do Estado com as condições em que consumimos os nossos produtos, e na sua respectiva confecção. Depois, segue-se a lei do Tabaco, que ilustra a obsessão do Estado com a saúde de todos, querendo que todos nós vivamos até aos 100 anos,rijos como uns pêros.



Ultimamente, a nova obsessão do Estado são os casamentos. Os mangas de alpaca, vulgos funcionários das Finanças, vão andar por aí a controlar a legalidade das despesas que cada um faz com o seu casamento. E ai de quem não apresente a factura, de preferência discriminada, dos serviços contratados.



Hoje em dia, já nem sequer se pode casar em paz. O nosso Estado obsessivo e controlador até já quer saber onde foi, como foi, o que comemos e para onde fomos em lua de mel. Mas todas as obsessões têm uma razão.



E esta, cheira-me, deve-se ao facto de haver algum solteirão ou solteirona no Governo, que anda à pesca de ideias para um eventual casamento.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Abaixo os piercings e tatuagens. Viva o aborto!

Há alguns dias, assistimos à proposta de lei mais despropositada que há memória. Este Governo, na sua ânsia paternalista e reguladora de tudo o que há, queria proibir os piercings e tatuagens em menores de 18 anos.

Devo confessar que não sou grande fã de piercings e tatuagens, mas daí até proibir os outros de os fazerem vai uma longa distância.

Aquilo que mais me choca é ser ESTE Governo a avançar com esta medida. É bom que não nos esqueçamos que esta proibição vem do mesmo Governo que referendou o aborto, e que elaborou uma lei que permite que uma mãe mate os seus filhos até às 10 semanas de gestação. E, que eu saiba, a lei do aborto não proíbe os menores de 18 anos de o fazerem.

No fundo, para o Governo, é preferível que os menores de 18 anos abortem do que andem para aí cheios de piercings e tatuagens. Se uma rapariga de 16 anos quer ir matar o seu filho, o Governo apoia e paga. Se quer fazer um furo na sua própria língua e pôr lá um prego, o Governo não deixa.

A incoerência é atroz. A proposta em si é simplesmente absurda.

domingo, 16 de março de 2008

Incoerências jornalísticas

Na passada sexta feira, um agente da PSP de Leiria surpreendeu dois assaltantes em flagrante delito. Depois de ter dado um tiro para o ar, e visto que os dois homens não mostravam sinais de se entregar, decidiu disparar um tiro, que veio a acertar num dos dois ladrões.

À partida, nada disto é estranho. Para mim, o que é estranho é isto ser uma notícia de grande destaque em todos os Telejornais. Então agora é notícia um polícia tentar impedir um assalto?

Será que as televisões já estão fartas de falar em assaltos consumados e agora resolvem dar importância aos quase assaltos?

Este acto do polícia, em vez de ser condenado, deveria ser louvado. Um polícia que impede uma pessoa de consumar um crime está a fazer o seu trabalho. O facto de disparar um tiro não é grave, dadas as circunstâncias concretas. Contudo, preferem condenar o acto, e enfatizar o facto de ter sido instaurado um inquérito interno.

Acima de tudo, o facto de isto ser uma notícia central no alinhamento dos Telejornais não deixa de ser irónico. Então não eram os Telejornais que se queixavam de um clima de insegurança?

Não se fizeram inúmeros debates acerca disso? E agora, que aparece um polícia que cumpre o seu trabalho e impede um assalto, todos os noticiários condenam o acto. Porque para eles, o que é normal é os assaltos serem consumados. Não é normal haver alguém a arriscar a carreira e a vida para impedir um crime.

No fundo, tal como já disse aqui, é proibido disparar...

quarta-feira, 12 de março de 2008

Que futuro para o PSD?

Apesar de muitos não se terem apercebido, o PSD atravessa uma das maiores crises da sua história.

O grande problema do PSD é que neste momento não tem uma liderança credível. Santana Lopes não tem feitio para ser "apenas" líder parlamentar, e Menezes não consegue convencer os militantes e os portugueses em geral.

No fundo, o PSD vive agarrado ao passado, com Santana, mas tem à sua frente um futuro pouco auspicioso, graças à liderança inconstante e atabalhoada de Menezes.

Apesar de não votar no PSD, considero que é urgente que este partido ganhe credibilidade.

Afinal, só o PSD pode derrotar ou retirar a mais que provável maioria absoluta a Sócrates. Contudo, duvido que Menezes seja o homem certo para esta tarefa. Já foi eleito há tempo suficiente, já lhe foi dado o benefício da dúvida, mas é preciso acabar com este folclore e dar ao PSD uma liderança forte e capaz.

E, mais que tudo, é urgente que isto aconteça agora. Já. Os militantes devem ser ouvidos e deve eleger-se uma nova direcção tão rápido quanto possível. No entanto, é também necessário que as figuras respeitadas dentro do partido arrisquem a sua posição e se cheguem à frente. Porque criticar é extremamente fácil para quem está de fora.

Só assim o PSD (re)encontrará o seu caminho, retomando o seu lugar como grande força da oposição à maioria socialista.

terça-feira, 11 de março de 2008

Puro marketing

Ontem, o nosso primeiro-ministro referiu-se às medidas tomadas durante o seu mandato, apelidando-as de "ásperas" e "rudes".

Contudo, essas declarações não passam de mais uma jogada de marketing político. Uma tentativa de provar a hipotética sensibilidade do "animal feroz", que se comove com a dureza das medidas que teve de aplicar contra o seu próprio povo.

O problema é que até nisto Sócrates é mau. A sua propaganda e as suas jogadas oportunistas já se repetem tantas vezes que isto começa a soar a falso. Já alguém disse que Sócrates era demasiado plástico. Pois bem, a meu ver, ele não é só de plástico. É oco. Porque anuncia medidas grandes e extraordinárias, com pompa e circunstância, mas depois pouco ou quase nada muda em Portugal.

No fundo, Sócrates é quase como uma matrioska. Desdobra-se em várias personalidades (sensível, duro, homem de Estado), mas todas elas são ocas. E além de ocas, são cada vez mais pequenas e mais insignificantes.

Aquilo que Sócrates tem de perceber é que não governa um povo de parvos. Todos nós (ou quase todos...) já nos apercebemos que, para o primeiro-ministro, aquilo que conta é a forma como as medidas são publicitadas, e não o seu conteúdo.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Espanha, 2009 (Epílogo)

A associação cresce e aumenta a sua influência na sociedade, de tal forma que a heterossexualidade volta a ser o padrão normal na sociedade espanhola.

Zapatero é derrotado nas eleições.

Os homossexuais voltam a ser uma minoria.

Tudo está bem quando acaba bem.

Espanha, 2009 (parte 2)

Aprovadas as alterações à Constituição, os lobbies homossexuais não perdem tempo. De imediato, pedem uma reunião urgente com o responsável pela Educação, com o propósito de exigirem mudanças no sistema de ensino. Assim, reformulam-se os programas, sobretudo os de ciências, onde se deixa de ensinar o sistema reprodutor. Acrescenta-se uma nova disciplina, chamada Educação Homossexual, onde as crianças aprendem a amar as pessoas do mesmo sexo.

Os anos passam e, graças à influência dos homossexuais na sociedade, Zapatero vai progressivamente sendo reeleito, com percentagens nunca antes vistas. No entanto, verifica-se um pequeno problema. A taxa de natalidade está a descer. Assustadoramente. Graças à visão gay que Zapatero introduz em Espanha, os casais heterossexuais estão em minoria, e os poucos que existem, não querem ter filhos, com medo de que estes sejam homossexuais, dadas as mudanças ocorridas no sistema de ensino.

Além disso, Espanha sofre agora de uma profunda emigração, porque muitos heterossexuais resolveram fugir do país. As zonas costeiras da Andaluzia, que antes eram patrulhadas em permanência pela Guardia Civil, deixaram de o ser, porque já nem sequer os imigrantes africanos querem ir para Espanha.

A crise instala-se e, aos poucos, agrava-se. A economia de Espanha, que outrora tinha um superavit económico, tem um défice gigantesco. A inflação e o desemprego aumentam e a contestação sobe de tom.

Entretanto, nota-se algo curioso. Um grupo de pessoas fundou uma associação para defender os direitos dos heterossexuais.

Espanha, 2009 (parte 1)

Estamos em Espanha, no ano de 2009.

No ano passado, Zapatero ganhou as eleições. De imediato, milhares de homossexuais voltaram a sair do armário e invadiram as ruas, celebrando a vitória do seu companheiro.
No seu primeiro discurso nas Cortes, após ser reeleito, Zapatero não esqueceu este grupo social, que tanto o apoiou na sua reeleição.

No entanto, muitos homossexuais começaram a sentir-se frustrados por já não reivindicarem nada há muito tempo. Após uma reunião, os líderes dos movimentos homossexuais tomaram uma decisão. Em nome da igualdade, consideram que os homossexuais devem ter direito a um casamento religioso numa igreja. Afinal,a festa até é bonita, e se é bonita, tem de ser para todos.

De imediato, a Igreja manifesta-se contra estas exigências, entrando em ruptura definitiva com Zapatero. No entanto, os homossexuais não cedem. Como contrapartida ao seu apoio nas eleições, exigem que Zapatero tome medidas, pondo o Presidente do Governo espanhol entre a espada e a parede.

Após várias reuniões ao mais alto nível, Zapatero conclui que não pode deixar cair os homossexuais, que foram uma base de apoio tão importante. Vai daí, toma uma decisão histórica: cria uma nova religião (a homo-religião) e transforma Espanha num Estado confessional.

Assim, diz Zapatero, os homossexuais poderão casar-se numa igreja, em tudo semelhante a uma Igreja católica, usufruindo assim do direito que lhes assiste. Além disso, Zapatero promove uma série de alterações à Constituição, consagrando o direito de os espanhóis serem heterossexuais, demonstrando assim a primazia dos homossexuais perante os outros cidadãos.

(continua)

Eleições em 2009

Estamos a mais ou menos um ano das eleições. O Governo PS tem sido desastroso mas, no entanto, todas as sondagens lhe dão a vitória nas eleições. Isto acontece porque não há alternativas credíveis na oposição.

O PSD, que teria maior probabilidade de derrotar Sócrates, está profundamente dividido em guerras e questiúnculas internas. Já se percebeu que Menezes, por muita boa vontade que tenha, não tem mão num partido que precisa de mão de ferro para chegar a algum lado. A alteração de alguns regulamentos internos mostrou bem o descontrolo a que chegou esta direcção, que é contestada por grandes figuras do partido, incluindo Alberto João Jardim, que habitualmente não interfere na gestão corrente do PSD do continente.

O PP está de rastos. Paulo Portas voltou cedo demais e, acima de tudo, voltou antes de o seu discurso voltar a ser convincente. No entanto, há que lhe dar algum mérito, visto que a única oposição parlamentar que é feita ao Governo vem da bancada do PP. A questão de um hipotético favorecimento na concessão do Casino Lisboa danificou gravemente a imagem do partido, que tem caído vertiginosamente nas sondagens.

No que respeita aos outros partidos, considero que não querem fazer uma oposição clara a Sócrates, com intuitos governativos. O PCP, se não tiver ninguém contra quem lutar, morre e o BE, se algum dia chegar ao Governo (o que esperemos que nunca aconteça), irá sair no momento imediatamente a seguir, porque perceberá que governar é bem mais difícil do que ser contra tudo.

Em suma, é este o panorama político que temos. Pelo estado em que as coisas estão, é altamente provável que Sócrates e o PS ganhem as eleições de 2009. No entanto, não ganham por mérito seu, mas apenas por falta de alternativas.

quinta-feira, 6 de março de 2008

ASAE força emigração de portugueses

As imposições da ASAE já obrigaram pessoas a emigrar.

O resultado está aqui

Ainda há aborto clandestino

Afinal, parece que ainda há aborto clandestino em Portugal...

Os apoiantes do Sim, durante a campanha, justificavam o seu voto com as péssimas condições que as clínicas de aborto clandestinas ofereciam aos seus homicidas (não uso a palavra "pacientes", porque uma mulher que aborta não tem uma doença).

No entanto, parece que essas clínicas ainda existem. E parece-me que esta clínica é apenas a ponta do iceberg. Situações destas têm de ser investigadas a fundo. Porque é que não criam uma ASAE para fiscalizar estas clínicas clandestinas? Será mais importante verificar se o peixe é transportado em caixas de esferovite? Será que as condições dos alimentos valem mais do que inúmeras vidas humanas que seriam poupadas?

É tudo uma questão de prioridades...

terça-feira, 4 de março de 2008

Já nem os blogs escapam...

«Recebi hoje, no âmbito das minhas competências profissionais, uma carta dos serviços do Ministério Público.Era um pedido de informação urgente:"Tenho a honra de solicitar a V. Exa. se digne averiguar e informar se possível, aferir quem criou, ou a quem pertencem os Blogs:http://www.nome_que_nao_interessa_para_o_caso,eblogspott.com/ehttp://outro_nome_que_não_interessa_para_o_caso.blogspot.com"»

Já nem os blogs escapam ao totalitarismo socialista

A finalidade dos estudos

Nos últimos tempos, estão na moda os estudos. Qualquer passo que se dê, para que seja minimamente credível, deve vir suportado por um estudo que o defenda. Caso contrário, não passa de uma estupidez.

É óbvio que há certas decisões que têm de ser pensadas para que os seus resultados sejam os pretendidos. Mas por vezes, nota-se que a urgência em pedir estudos atrás de estudos tem como única consequência o adiar de decisões que deveriam ser imediatamente tomadas.

Hoje em dia, fazer um estudo é o supra-sumo da intelectualidade. É necessário fazer-se uma estrada? Faça-se o estudo. O estudo demora um ano e é urgente construir esta estrada? Paciência.

Infelizmente, isto levanta outro problema. Os estudos, para serem tidos em conta, têm de ser feitos por entidades independentes, que cobram um preço elevado para elaborar o estudo. Graças à proliferação de estudos para toda e qualquer decisão, gastamos milhões a financiar entidades que estudam soluções que poderiam ser tomadas apenas com bom senso. Ou, por outro lado, pagamos a essas entidades, e depois encomendamos-lhes estudos e mais estudos, porque entretanto surgem novas soluções.

Um caso paradigmático é o TGV. Fala-se de TGV em Portugal há cerca de 10 anos. Pelo menos há 8 anos há uma entidade (internacional, julgo eu), que está a fazer estudos acerca dos locais onde o comboio deve passar. E estes estudos prolongam-se por duas razões: em primeiro lugar, porque ainda ninguém decidiu coisa alguma e em segundo lugar porque cada vez se vão lembrando de mais sítios por onde o comboio pode passar.

E entretanto, por não termos capacidade de tomar uma decisão definitiva, vamos estudando...

segunda-feira, 3 de março de 2008

Mantém-se a greve

Já tinha alertado aqui para o facto de os inspectores da ASAE estarem em greve. O melhor de tudo é que a tal greve continua, e mantém-se desde então.

Se houvesse uma greve destas na PJ, a atenção dos media seria enorme. Como se trata da ASAE, que parece ter um pacto com a comunicação social para não ser criticada, ninguém fala disto.

Dois meses de greve...fantástico.

De novo a insegurança

Já há uns meses atrás se tinha falado de insegurança. Agora, com 6 homicídios em menos de uma semana, a questão da insegurança volta a estar na berlinda.

No entanto. não posso deixar de discordar das pessoas que acham que não existe qualquer clima de insegurança porque, segundo as estatísticas, as coisas não são assim tão más. A estatística não é uma ciência absolutamente exacta.

Vejam este breve exemplo: pegamos em duas pessoas, sendo que uma delas está a morrer de fome e outra é saudável. Damos-lhes 2 frangos, que são comidos pela pessoa saudável. Ao analisar isto, a estatística irá dizer que, em média, cada um comeu um frango. Mas a pessoa que tinha fome não comeu nada...

Portanto, julgo que este exemplo elucida bem que a estatística, por vezes, engana bastante. O facto de ter havido 6 homicídios numa só semana no mesmo concelho, dá que pensar. E é urgente que se tomem medidas preventivas e dissuasoras dessas atitudes. É óbvio que não podemos ter um polícia a acompanhar permanentemente cada um de nós (nem isso seria defensável), mas é urgente que a polícia se mostre aos criminosos, fazendo-lhes ver que ela está lá, pronta a actuar se necessário.

Esta onda de homicídios tem de ser contrariada com medidas concretas e visíveis, e não com leis, intenções e reuniões.

Na Rússia

As eleições na Rússia ocorreram ontem. Ou melhor, ontem oficializou-se a saída de Putin do seu cargo, tendo sido substituído pela pessoa que já todos sabiam que iria ganhar.
Nada como um pouco de democracia para animar uma manhã de segunda-feira...