O caso da aluna que quase agrediu a sua professora tem feito correr muita tinta. Fala-se até de uma possível investigação à aluna, cuja conduta pode implicar sanções criminais.
No entanto, para mim o caso mais grave é o dos outros alunos naquela sala. Que um aluno seja doido e faça uma coisa daquelas, ainda vá. Mas é inadmissível que o resto da turma fique impávida e serena a assistir aquela triste cena, sem fazer nada para separar a aluna e a professora.
E isto espelha bem a sociedade que temos. Vivemos numa sociedade onde todos somos indiferentes uns para os outros. Estamos demasiado agarrados ao nosso próprio conforto para o sacrificar por alguém. Além disso, e voltando ao caso da professora agredida, também vivemos numa sociedade que se preocupa muito com as aparências.
Naquele caso, os alunos nada fizeram porque depois seriam alvo da chacota dos colegas. Basta ver que, assim que alguém quis separar a aluna e a professora, foi logo insultada de "gorda" e "peixona".
Portanto, é óbvio que naquele caso ninguém tenha feito nada, porque depois seria gozado fora da sala.
Além de uma falta de valores gritante, esta atitude demonstra uma falta de personalidade que é ainda mais grave. Hoje em dia, os miúdos de 15 ou 16 anos não têm coragem de assumir posições próprias que sejam diferentes das dos seus colegas. Há uma uniformização do pensamento dos mais jovens que, em última análise, os impede de agir em socorro de alguém, porque isso não seria bem visto no seu grupo de amigos.
E, infelizmente, é esta a única convicção que os jovens têm. É que têm de ser iguais a toda a gente, custe o que custar.
ALENTEJO ALENTEJO!!
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