domingo, 16 de março de 2008

Incoerências jornalísticas

Na passada sexta feira, um agente da PSP de Leiria surpreendeu dois assaltantes em flagrante delito. Depois de ter dado um tiro para o ar, e visto que os dois homens não mostravam sinais de se entregar, decidiu disparar um tiro, que veio a acertar num dos dois ladrões.

À partida, nada disto é estranho. Para mim, o que é estranho é isto ser uma notícia de grande destaque em todos os Telejornais. Então agora é notícia um polícia tentar impedir um assalto?

Será que as televisões já estão fartas de falar em assaltos consumados e agora resolvem dar importância aos quase assaltos?

Este acto do polícia, em vez de ser condenado, deveria ser louvado. Um polícia que impede uma pessoa de consumar um crime está a fazer o seu trabalho. O facto de disparar um tiro não é grave, dadas as circunstâncias concretas. Contudo, preferem condenar o acto, e enfatizar o facto de ter sido instaurado um inquérito interno.

Acima de tudo, o facto de isto ser uma notícia central no alinhamento dos Telejornais não deixa de ser irónico. Então não eram os Telejornais que se queixavam de um clima de insegurança?

Não se fizeram inúmeros debates acerca disso? E agora, que aparece um polícia que cumpre o seu trabalho e impede um assalto, todos os noticiários condenam o acto. Porque para eles, o que é normal é os assaltos serem consumados. Não é normal haver alguém a arriscar a carreira e a vida para impedir um crime.

No fundo, tal como já disse aqui, é proibido disparar...

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