segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Crise de confiança

Os cenários da afamada crise agravam-se de dia para dia. Agora, já se espera deflação e recessão, e sabe-se lá o que serão as previsões económicas dos próximos dias.

O Governo, com a habilidade propagandística a que nos tem habituado, teve mais uma jogada para não dar o braço a torcer, aprovando um inédito "Orçamento Suplementar", que nada tem que ver com um eventual "Orçamento Rectificativo".

O motivo para este retoque? O do costume: a crise internacional. A mesma que justifica tudo o que de mau acontece em Portugal e que, quando dá jeito, também é invocada pelo nosso chefe de Marketing (também conhecido como Primeiro-Ministro) para anunciar que os portugueses irão ver o seu poder de compra aumentado.

No entanto, e já que se falou de Orçamento, há uma coisa que me deixa perplexo. O Governo retocou-o porque, na altura em que fez o primeiro Orçamento , não se apercebeu dos reais impactos da crise. Ou seja, nós, humildes contribuintes, pagámos (e pagamos) a supostos experts do Ministério das Finanças para eles não conseguirem prever um evento que estava à vista de todos.

Além disso, estas falhas nas previsões deixam-me também preocupado. Perante o argumento de que não se aperceberam dos efeitos da crise, quem nos garante a nós que as medidas que tomam agora sejam as correctas? Quem nos garante que, no mundo económico não se passam certas coisas que deveriam ser tidas em conta pelos tais experts em Orçamentos?

Este é o grande problema. Estamos a depositar a confiança para emendar a situação nas mesmas pessoas que não conseguiram prever uma crise que era evidente até para um leigo.

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