quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

A Crise do BCP

O maior banco privado português está mergulhado numa grave crise. Mais grave do que a crise propriamente dita, é o facto de o Governo e o PS estarem a aproveitar para introduzir no Conselho de Administração pessoas da sua confiança.
Isto demonstra a existência de um ridículo aproveitamento político de uma situação crítica para os bancos privados.

Santos Ferreira e Armando Vara são assumidamente militantes socialistas. E preparam-se para transitar da Caixa Geral de Depósitos (banco do Estado), para o BCP. Tudo isto não passa de uma tentativa de estatização do BCP. Aqui vemos o Estado e o Governo a intrometerem-se onde não são chamados. Fariam bem melhor se ficassem mesmo quietos e calados, em vez de fingirem que o fazem, enquanto que pelas costas desatam a mexer todos os cordelinhos possíveis e imagináveis para tomar de assalto o Conselho de Administração do BCP.

E o mais curioso de tudo é que vejo poucos "opinion-makers" a referirem isto. O único que o referiu foi Menezes. De resto, estão todos como o Sá Fernandes em Lisboa: calados.

Resta saber o que acontece se. na Assembleia Geral, os accionistas recusarem estes nomes. Apesar de isso ainda ir agravar mais a crise que o banco atravessa, quase era preferível que isso ocorresse. Pelo menos, o BCP não se transformaria numa "central de tachos".

Espero que até ao dia da Assembleia surja outra lista candidata, com nomes mais independentes do que estes, para devolver ao BCP a credibilidade que ele merece.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Visitas Inesperadas

Quando escrevo neste blog, tenho por hábito ir ver quem foram as pessoas que consultaram o blog nas horas anteriores.
Fiz isso ontem, depois de ter escrito o post acerca da greve da ASAE, e qual não é o meu espanto quando vejo que a própria ASAE tinha estado a ver o que eu tinha escrito sobre a tal greve.

Para tal, foram ao google, e procuraram a expressão “ASAE greve”. Depois, obtidos os resultados da pesquisa, tiveram de percorrer mais de 14 páginas até descobrirem a referência que o Google fazia ao meu blog.

Isto pode parecer uma coisa banal e rotineira, mas se pensarmos bem, é bastante grave. Esta visita significa que houve um funcionário do Estado que, em horário de expediente, se dedicou a pesquisar na Internet o que é que as pessoas teriam dito acerca da greve da ASAE. O que significa que houve um funcionário a ser pago para ir ver o que é que um simples blog tinha dito acerca da greve dos inspectores da ASAE

Sendo a ASAE uma autoridade de polícia criminal, dedicada à fiscalização da segurança alimentar e económica (tal como o nome indica), porque é que visita o meu blog? Que eu saiba, neste blog não vendo nem sirvo comida. Nem tenho qualquer interesse económico na manutenção deste espaço. Portanto, porque é que um funcionário da ASAE perdeu tempo a vir aqui?

Por medo. Medo de que as pessoas lhes tenham descoberto um ponto fraco, naquele aparente colete à prova de críticas criado pela ASAE e alimentado diariamente pela Comunicação Social. E essa fraqueza deixou-os desorientados, de tal forma que se viram forçados a vasculhar a Internet à procura daquilo que as pessoas pudessem ter ficado a pensar sobre a ASAE.

Fica aqui o link, para que os interessados possam confirmar a identificação do computador, a data e as palavras de pesquisa utilizadas para fiscalizar este blog: http://www.sitemeter.com/?a=stats&s=s27pedrorocha&v=37&r=9&vlr=89&pg=1&d=1224
Caso não seja possível visualizá-lo, a identificação (IP) do computador é o nº 83.240.233, e as palavras utilizadas na pesquisa do Google foram “greve ASAE”.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Em casa de ferreiro...

Soube há pouco que os inspectores da ASAE vão fazer greve às horas extraordinárias. E isto porquê? Porque a ASAE impõe que eles cumpram horas extraordinárias num número superior ao permitido por lei.
Ou seja, a ASAE, na sua cruzada contra a gordura e a sujidade esquece-se de que aqueles que para ela trabalham continuam a ser homens. E que como tal têm direito ao seu descanso ou a ser remunerados pelas horas extra que dispensem ao serviço dessa causa.
Para além disto, é incrível como é que a ASAE, que implica tanto com coisas tão pequenas, deixa que dentro da sua própria organização existam irregularidades enormes como esta.

Esta recusa dos inspectores dá que pensar. Sobretudo, deve dar que pensar à própria ASAE. Porque se esta entidade não fosse tão picuinhas, e tão agarrada a uma legalidade surreal, talvez não tivesse de obrigar os seus inspectores a fazerem tantas horas extraordinárias.
Se calhar é tempo de pensar uma pouco e ponderar se não será melhor afrouxar estes critérios de Bruxelas.

E é preciso não esquecer que a ASAE cometeu uma ilegalidade grave. Mais grave até do que um restaurante não ter casa de banho, do que uma pessoa a vender bolas de berlim na praia (com creme e tudo!) e do que alguém que fabrique queijos artesanais e os venda numa feira. E o que é que a ASAE faz quando encontra essas ilegalidades consideradas graves?

Fecha o estabelecimento, retira licenças, multa, etc.

Agora impõe-se a questão: não há ninguém que feche a ASAE?

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Voltem para o armário

Soube hoje que está na net uma petição para que Portugal consagre um dia contra a homofobia. O que me despertou maior curiosidade foi o argumento do PPM em relação a esta petição, considerando que a consagração de um dia contra a homofobia discriminará os homofóbicos.
Este argumento atinge os defensores dos direitos dos homossexuais precisamente no ponto que eles mais apregoam: a igualdade. Com efeito, se somos "todos iguais" quando toca ao reconhecimento de direitos aos homossexuais, também devemos ser "todos iguais" quando se trata de reconhecer direitos aos homofóbicos. Se os homossexuais são uma minoria, os homofóbicos são uma "minoria ainda menor", já que nem todos os heterossexuais são homofóbicos.
Portanto, há que defender direitos dos homofóbicos, porque eles são uma minoria e, de acordo com as ideias defendidas pelos homossexuais, as minorias têm de ser defendidas.

Pessoalmente, não sou homofóbico. Mas sentia-me ofendido se existisse um dia contra a homofobia, porque a mim a homofobia não me afecta.
No entanto, fico baralhado ao ver que os homossexuais fazem aos homofóbicos aquilo que se queixam que os heterossexuais lhes fazem a eles.

O que me leva a concluir que os ideais defendidos pelos homossexuais só estão correctos quando se aplicam a eles. Porque, pelos vistos, os homofóbicos podem ser livremente discriminados por aqueles que sairam do armário.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Filhos e enteados

Já só faltam quinze dias para que entre em vigor a nova lei do tabaco. Já me pronunciei sobre ela num dos primeiros posts que aqui publiquei. De qualquer forma, o assunto é sério, e merece ser retomado e discutido.

Nos últimos dias, ao reflectir sobre esta lei, apercebi-me de mais um efeito censurável que ela irá ter. Esta lei viola as liberdades dos cidadãos e, para além disso, mostra um Estado paternalista. Ora, felizmente, ainda tenho pai e mãe, que me aconselham quando e se for necessário.
Portanto, não preciso que o Estado me diga o que é certo ou errado. Tenho discernimento para distinguir o que é bom e o que é mau e, quando falho, graças a Deus tenho pessoas que me conhecem e me corrigem.

No entanto, o Estado não pensa desta forma. Sócrates deve achar-se o "pai dos portugueses", e age como se de um pai se tratasse, zelando para que os seus filhos não se metam em maus caminhos. Contudo, esquece-se de uma coisa: um bom pai, em certas matérias, aconselha; não impõe. Um bom pai respeita a liberdade individual do seu próprio filho.

E não é isso que acontece. Sócrates quer os seus "filhos" vivos e saudáveis. Mas à força. À força da multa e da denúncia. Como já dizia alguém, hoje em dia é proibido morrer.

No entanto, este pseudo-pai esquece-se de alguns dos seus "filhos". Os presos. É incrível como é que podem proibir um fumador de acender um cigarro num restaurante, mas ao mesmo tempo distribuem seringas nas prisões para que os detidos se droguem com substâncias ilegais, que nunca deveriam circular dentro de uma prisão.

É caso para dizer: uns são filhos, outros são enteados...

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Ser de Direita

Este post não está directamente relacionado com alguma notícia ou informação de que eu tenha tido conhecimento.
É apenas uma opinião pessoal sobre a divisão entre Direita e Esquerda.

O nosso sistema político está construído para que haja maiorias. Se é com coligações ou sem elas que as maiorias se alcançam, é indiferente. O que importa é que haja uma maioria que possa tomar decisões, sem que a oposição possa bloquear permanentemente os seus propósitos governativos.
E em Portugal, as maiorias são tendencialmente obtidas por partidos de centro. Por vezes, lá têm de se coligar com um partido mais à esquerda ou mais à direita, mas é sobretudo com uma posição de centro que se ganham eleições.

Isto faz com que os partidos situados nos extremos tenham uma representação quase residual do eleitorado. O que faz com que o eleitorado, por sua vez, não confie o seu voto aos partidos dos extremos, porque sabe que será muito difícil que eles cheguem ao poder.
No entanto, hoje em dia, nota-se que os partidos que se situam mais à direita têm bastante menos votos do que aqueles que se situam mais à esquerda. E isto porquê?
Porque uma pessoa que se assuma de direita é automaticamente apelidada de fascista. E as pessoas têm vergonha de ser de direita, porque ao assumirem isso assinam uma espécie de nota de culpa onde se assumem fascistas.

E esta vergonha, este embaraço, faz com que haja uma discriminação inaceitável das pessoas de Direita. Ser de Direita, hoje em dia, é cheirar a mofo, passar os dias na Igreja e ser, como dizem os esquerdistas, "retrógrado". Claro que a culpa desta conotação também é da própria Direita, que nunca se soube reinventar, embora não abandonando os seus princípios, crenças e ideais.

No entanto, não se passa a mesma coisa com a esquerda. Ser de esquerda é ser moderno, liberal e "prá-frentex". E isto porquê? Porque as crenças da Esquerda são voláteis como o ar e maleáveis como a plasticina. A Esquerda tem poucos ideais permanentes. De resto, vive como um catavento, defendendo sempre aquilo que está na moda defender.

E este preconceito (palavra que, curiosamente, a Esquerda detesta, mas alimenta), faz com que a Direita seja discriminada. E isso é facilmente comprovável.

Na Assembleia da República, têm assento parlamentar dois partidos, assumidamente de esquerda: o BE e o PCP.
O PCP acredita num comunismo utópico, que quando foi experimentado na prática, fracassou. E para além disso, partilha da filosofia de Lenine e Estaline. E é bom recordar que este último matou cerca de 20 milhões de pessoas, bem mais do que Hitler. O BE é uma amálgama de ideias, uma espécie de manta de retalhos, que defende a nacionalização da banca e da terra.
Imagine-se o que seria um Partido que partilhasse das ideias de Hitler ter assento numa Assembleia. Era absolutamente impossível. Mas um partido comunista que defende um homem que matou 20 milhões de pessoas já é um sinal de democracia. É fantástico como as noções de democracia flutuam ao sabor das necessidades políticas..

Mas não me quero desviar do essencial. Ser de Direita hoje é mau, e há que mudar essa visão, embora sem alterar a base das crenças políticas da direita.

Mas uma coisa é inegável: a Direita está torta, e é urgente endireitá-la.

domingo, 16 de dezembro de 2007

A espécie de Tratado

Na passada semana foi assinado o Tratado de Lisboa. Segundo os governantes da Europa, este documento irá mudar o Velho Continente.

No entanto, este Tratado deixa-me dúvidas. Não sei se o consenso que tem sido amplamente divulgado é real. Aparentemente, todos os líderes europeus estão muito satisfeitos pelo Tratado, mas ao olhar para o texto do documento, vê-se uma quantidade de moratórias e resoluções paralelas que acabam por mostrar alguma fraqueza deste Tratado.

Em muitas matérias o consenso não existiu, portanto, há certas disposições do Tratado que não se aplicam a uma série de países. Ora, isto demonstra que o consenso foi artificialmente construído, à custa de cedências da UE a certas exigências de alguns Estados-Membros.
E repare-se que eu não estou contra estas exigências. Defendo a soberania individual de cada Estado, ainda que possam existir certos objectivos comuns a todos os países da UE. Aquilo que me parece profundamente errado é falar-se em consenso, quando em muitas matérias ele não existe.

Na minha opinião, a presidência portuguesa da UE tinha de "mostrar serviço" e, para alimentar o enormíssimo ego de Sócrates, nada melhor do que a resolução de um impasse e a assinatura de um Tratado reformador da falhada Constituição Europeia. Portanto, havia que arranjar consensos e posições convergentes a qualquer preço. Daí que se tenha feito um Tratado que quase tem mais apêndices e declarações anexas do que artigos propriamente ditos.
O único problema é que não se pode fazer um Tratado com pretensões constitucionalizadoras apenas para satisfazer uma ambição pessoal e para ganhar nome no panorama internacional. É óbvio que o impasse em que nos encontrávamos não poderia pairar indefinidamente, mas julgo que com um pouco mais de calma, teríamos tido um verdadeiro Tratado e não uma espécie de Tratado.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Insegurança

Ultimamente, o tema da segurança (ou a falta dela..) tem estado na ordem do dia.
Desde há algumas semanas que temos ouvido falar de vários homicídios, sobretudo na noite do Porto.

Aquilo que me faz confusão é o facto de o Governo não admitir que há máfias organizadas nestes negócios da noite. Ao não admitir isto, o Governo não pode dotar as polícias de meios capazes de por termo a esta onda de insegurança.
Costuma dizer-se que o pior cego é aquele que não quer ver. E há certas pessoas que têm sido cegas ao não desconfiarem das pessoas envolvidas neste tipo de negócios. Para mim, é muito estranho que um porteiro de discoteca tenha um Porsche, por exemplo. Será que o facto de ser porteiro lhe dá dinheiro suficiente para ter um carro daqueles? Ou será que, para além do trabalho como porteiro de discoteca, ele também faz uns biscates por fora?
Normalmente é isto que acontece. Os empresários da noite e os próprios porteiros estão muitas vezes envolvidos em negócios que, tal como a noite, são escuros. Sobretudo tráfico de droga, armas e pessoas.
Contudo, por vezes usam meios mais refinados, ou mais intimidantes. E aqui refiro-me ao crime de extorsão, ou seja, muitas vezes, estes porteiros de discoteca, deslocam-se a novos espaços nocturnos, onde oferecem "protecção" aos donos, à boa maneira da Máfia.

E é inadmissível que isto aconteça. Se eu, que sou um cidadão comum, sei que isto se passa, como é que o Ministério da Administração Interna, o Ministério Público e a PJ não sabem?
É urgente que alguém tome medidas neste campo. O mundo da noite tem tanto de divertido como de perigoso. E é preciso travar esta onda de violência antes que as pessoas decidam ficar fechadas em casa, por terem medo de sair à noite.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

A Petição contra a ASAE

Li hoje que está a circular na Internet uma petição contra a ASAE. Penso que os excessos cometidos por esta entidade já esgotaram a paciência das pessoas, o que leva a medidas destas. No entanto, por enquanto, estas reacções são suaves. Se a ASAE continuar com a sua cruzada cega contra a sujidade e a gordura, é provável que assistamos a uma crise de consequências bastante graves.

A ASAE é, por lei, uma autoridade de polícia criminal. Só esta qualificação jurídica é sintomática...colocam a ASAE ao mesmo nível da PJ, PSP e GNR. Portanto, em termos teóricos, são disponibilizados meios idênticos para investigar um homicídio e para inspeccionar um restaurante.

E isto representa, na minha opinião, uma inversão total das prioridades do Estado. E até nem é difícil perceber porque é que isto ocorre...é simples: o Estado não tem mais nada que fazer. Chegámos a uma altura onde a nossa sociedade já está legislada até ao tutano. E, chegando a este ponto, o que é que se deve fazer? Legislar ainda mais, sobretudo acerca de coisas ridículas.
Obviamente que não defendo que o ideal seria uma anarquia. Mas penso que seria aconselhável um aviso parecido com aquele das bebidas alcoólicas: "Seja responsável. Legisle com moderação".

Voltando agora à ASAE, devo dizer que nunca percebi o porquê da existência de uma entidade que tem fins manifestamente persecutórios.
O grande problema é que o Estado vê os seus cidadãos, não como pessoas inteligentes e responsáveis, mas sim como um bando de atrasados mentais, que precisa de um tutor permanente - o Estado - , para lhes dizer onde, quando e como consumir os produtos que pretendam comprar.

E é isto que é inadmissível.
No meu caso, não preciso que a ASAE feche um restaurante por ele não ter casa de banho aberta ao público. O facto de o restaurante ter ou não uma casa de banho não influencia minimamente a minha escolha. É irrelevante.
Mas para a ASAE, não. Para se ter um restaurante aberto, o cliente tem de poder urinar e defecar no próprio local. E será isto o correcto? Será correcto tirarem dinheiro que lhes foi dado pelos nossos impostos para criar uma entidade que feche um restaurante para zelar pelas eventuais necessidades fisiológicas dos clientes? Não me parece.

Por enquanto, a tal petição na Internet apenas demonstra uma insatisfação tímida. Mas espero que as pessoas se apercebam rapidamente que o Governo e respectivas entidades não podem continuar a tratar os cidadãos como gado.

P.S- Aqui vai o link para quem queira assinar a petição: http://www.petitiononline.com/naoasae/

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Os sacos para o défice II

Se esta medida do Governo for posta em prática, é certo que pagaremos 5 cêntimos por cada saco de plástico.
Mas para além desta consequência certa, chata e despropositada, pode haver outra, que em certos casos será hilariante.

Ao pagarmos 5 cêntimos por um saco, estaremos a comprá-lo, tal como faremos com os restantes produtos. Portanto, se estamos sujeitos ao dever de pagar por um saco de plástico, também devemos estar investidos dos mesmos direitos que temos quando compramos qualquer outra coisa.

Portanto, quando compramos um saco de plástico, ele virá com 2 anos de garantia, tal como a generalidade dos produtos que compramos. E essa garantia só pode ser limitada pelo vendedor se o comprador estiver de acordo. E não estou a imaginar as grandes superfícies a negociarem com os clientes a garantia de cada saco...ou, por outro lado, não acho que os clientes aceitem qualquer limitação no seu direito de garantia.
Sendo assim, se chegarmos a casa e o saco se romper, poderemos, de forma legítima, dirigir-nos à loja onde o comprarmos e exigir a sua substituição imediata por um novo saco.

Agora, resta imaginar o que será quando cada pessoa quiser ir trocar o seu saco danificado. Já estou a ver o Corte Inglés e o Continente a criarem balcões de apoio ao cliente especializados na troca de sacos de plástico rotos.

Parece ridículo, não é? Mas em breve será verdade...e tudo graças a este Governo.

domingo, 9 de dezembro de 2007

O ditador racista

O Zimbabwe é um país racista. Mugabe é um ditador racista. E isso é inegável.
No entanto, lá vimos o senhor Sócrates em amena cavaqueira com Mugabe. Por vezes penso: será que se Hitler fosse vivo, seria recebido em Portugal com a mesma pompa e circunstância?
Obviamente que não. Porque aos olhos da comunidade internacional é diferente discriminar judeus e pretos do que discriminar brancos. Quem discrimina judeus e pretos é acusado publicamente de racismo e votado a um ostracismo social. Quem discrimina um branco não é condenado publicamente.

E isto é facilmente comprovável. Basta ver quantas pessoas sabem aquilo que Mugabe faz no seu país. As poucas que sabem que o Zimbabwe existe, falam apenas numa grave crise económica, o que representa apenas meia verdade.
Com efeito, a partir de uma certa altura, passou a ser possível que os pretos roubassem as terras dos brancos. Terras que os brancos tinham trabalhado e cultivado ao longo de muitos anos. Portanto, o que houve no Zimbabwe foi um fenómeno de racismo e discriminação dos brancos pelos pretos.

No entanto, não vi a comunidade internacional a “mexer-se” para condenar Mugabe. E a prova disto está descrita acima: Sócrates, enquanto Presidente do Conselho Europeu, esteve alegremente em convívio com Mugabe, em vez de aproveitar esta cimeira para mostrar que, aos olhos da comunidade internacional, o Zimbabwe é um país xenófobo, racista e discriminador.

A Cimeira UE-África

Na altura em que escrevo este texto, a cimeira UE-África está prestes a iniciar-se.
Aquilo que tenho notado na Comunicação Social é que há uma enorme preocupação com os preparativos e a organização deste encontro, enquanto que se esquecem os temas que lá irão ser discutidos.
O destaque da Imprensa vai para as exigências de Kadhafi, a chegada secreta de Mugabe, os vários aviões dos Presidentes africanos e, finalmente, uma ementa detalhada dos jantares e almoços que irão ocorrer durante a Cimeira.
Quanto a temas políticos...zero, absolutamente nada. A questão do Darfur? Nem pensar! As violações dos direitos humanos e o racismo no Zimbabwe? Nunca na vida! O que interessa é saber se o espumante servido é Murganheira ou Raposeira e se o Kadhafi trouxe 9 ou 10 mulheres na sua guarda pessoal.
E assim vamos nós, felizes e contentes. Aquilo que interessa é o “show off” e o aparato. Os temas sérios ficam para outro dia...pode ser até que organizem uma cimeira para tratar disso.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Os Sacos para o défice

Ouvi ontem que o Governo pondera cobrar uma taxa de 5 cêntimos por cada saco de plástico utilizado em hipermercados.
Como logo a seguir ouvi que o Governo recuou nesta ideia, não sei naquilo em que hei de acreditar.

No entanto, vindo deste Governo, nada me espanta. Espero que ninguém lhes diga que Portugal é dos países europeus com mais dias de sol por ano, porque senão ainda se lembram de inventar um imposto sobre a utilização e consumo de luz solar.
Medidas como esta dão a entender um certo desespero do Governo, onde toda e qualquer actividade exercida por um privado lhe serve para ganhar dinheiro, através da cobrança de impostos ou de taxas.

Claro que, se esta medida avançar, o Governo nunca a irá justificar dizendo que ela engorda os cofres do Estado, que precisa de mais dinheiro. A desculpa utilizada será, como sempre, a de que a não utilização dos sacos de plástico beneficia o ambiente, portanto todos nós devemos pagar 5 cêntimos para proteger o ambiente e não para dar mais uns trocos ao Estado.

É chocante esta prepotência do Estado, que se intromete em tudo e mais alguma coisa, com justificações injustificadas camufladas por pretensas causas universais...

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

A Câmara de Lisboa

Ontem e hoje, tem sido noticiado o empréstimo contraído pela Câmara de Lisboa (CML), no valor de 400 milhões de Euros. Portanto, aquilo que aconteceu foi que os lisboetas deixaram o dr António Costa pedir uma brutalidade de dinheiro à banca.

E para quê? Para repavimentar algumas ruas de Lisboa? Para recuperar prédios degradados? Para dotar a Policia Municipal de melhores meios? Nada disso...

O empréstimo foi pedido, imagine-se, para pagar dívidas. 400 milhões de Euros (vários jackpots do Euromilhões), apenas para pagar dívidas de curto prazo da CML. Perante isto, apetece perguntar: mas como é possível um endividamento no valor de 400 milhões de Euros num munícipio?

E as respostas, infelizmente não surgem ou, quando surgem, são manifestamente irrelevantes.

Esta proposta foi discutida e aprovada pela Assembleia Municipal, tendo sido aprovada com os votos favoráveis do PS, abstenção do PSD e CDS e votos contra dos restantes partidos.
Mas o mais curioso de tudo isto é pensar que esta proposta acabou por ser uma solução "de recurso", visto que a intenção inicial da CML era a de contrair um empréstimo de 500 milhões de Euros.
Portanto, aquilo que ontem aconteceu na Assembleia Municipal foi um pouco como o que se passa nas feiras: o comerciante faz uma proposta e o cliente regateia, até atingir um valor que o satisfaça.

Aquilo que entristece é pensar que o futuro económico de uma cidade foi ontem posto em causa, com os nossos deputados municipais a revelarem o "cigano" dentro de si...

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

O Aquecimento Global

Alguma coisa está errada com o ambiente.
Se isso se deve ao aquecimento global, não sei, porque não sou especialista nessa matéria. Contudo, noto que a ideia de que estamos todos prestes a derreter tem vindo a ser persistentemente impingida a toda a gente.
Começou com alguns avisos tímidos por parte da ONU, passou pelo Protocolo de Quioto, e culminou com aquele célebre documentário FICCIONAL feito por Al Gore, que lhe valeu o Nobel da Paz. Hoje em dia, todos sabem o que é o aquecimento global, a camada de ozono e o efeito estufa. No entanto, isto não quer dizer que esta teoria esteja a ser divulgada correctamente.
Todos nós já fomos alvo da divulgação de teorias. Algumas delas são até bastante verídicas e facilmente comprováveis. O que, a meu ver, está profundamente errado é a conversão de certas teorias em verdades absolutas e inquestionáveis.

Ainda assim o pior de tudo não é a transformação do aquecimento global numa espécie de comunismo do séc. XXI. O pior, mesmo, é as implicações que esta pseudo-religião tem com a liberdade individual.
Hoje em dia, se quero comprar um carro, pago mais imposto por preferir um Opel Corsa a gasóleo a um Toyota Prius (carro horrível) com um motor eléctrico e um a gasolina. É certo que ninguém me obriga a comprar um carro, mas também é certo que o segundo carro só é mais barato que o primeiro porque o Governo, através dos impostos, resolve favorecer um carro menos poluente em detrimento de outro. É este o grau de impregnação desta ideologia: ao nível do próprio Governo, que depois fará leis que condicionam os cidadãos, norteado por esta nova moda do aquecimento global.

Concluindo: concordo que o aquecimento global seja divulgado como uma teoria, mas não como uma verdade insofismável, que condicione a liberdade de escolha dos cidadãos.

O futuro da Ordem dos Advogados

A Ordem dos Advogados elegeu na passada semana um novo bastonário.
Depois de Júdice e Rogério Alves (este último com uma actuação que, na minha opinião, foi deplorável), surge agora um bastonário que sempre foi visto como um "outsider": António Marinho Pinto (AMP).
A primeira opinião que este bastonário me suscita é a de que temos um Justiceiro a comandar os advogados. As únicas vezes que ouvi falar dele foi em certos casos mediáticos, onde AMP aparecia com frequência no programa "Fátima" (?!), comentando processos judiciais em curso.
Tenho de confessar que, para primeira impressão, estas aparições públicas não auguram nada de bom para o futuro da advocacia portuguesa.

Mais uma vez, fiquei com a ideia de que foi eleito um populista, e não sei se essa será a melhor forma de proteger os advogados portugueses. O que a advocacia portuguesa precisa é de alguém que reponha alguma credibilidade à figura do advogado, eliminando o estereótipo de que todos os advogados não passam de uns aldrabões, que apenas servem para extorquir dinheiro às pessoas, enquanto empatam o funcionamento dos Tribunais.

Será AMP a pessoa indicada para esta tarefa hercúlea? A meu ver, não. A sua ânsia de protagonismo faz com que se concentre mais nas suas ambições pessoais do que na defesa dos advogados portugueses. Apesar de o seu discurso transmitir por vezes a ideia de que pretende mudar alguma coisa (sobretudo na questão dos atrasos do Estado no pagamento de oficiosos), julgo que em breve AMP será absorvido pelas suas próprias ambições, tendo um mandato visível e audível na Comunicação Social, apenas para se auto-promover e não para defender e proteger os colegas que dele precisam.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

A Natalidade em Portugal

Hoje, o programa Prós e Contras vai discutir as razões que levam à baixa natalidade em Portugal.
No entanto, as razões para a baixa natalidade parecem-me evidentes, olhando para a sociedade de hoje. Não é possível que a natalidade suba se é permitido que uma mulher mate um filho seu antes ainda de ele nascer.

Será que ninguém se lembrou disto em Fevereiro passado, quando aprovaram o referendo ao aborto?

É humanamente impossível querer que os portugueses tenham mais filhos quando se lhes dá a hipótese de escolher se querem ou não que aquela criança nasça. Este é para mim, o problema central para a baixa natalidade, embora não seja o único.

Há já muitos anos, os filhos eram, para os pais, um investimento. Seria alguém que os sustentaria no futuro e que, a curto prazo, iria contribuir para as receitas familiares através do seu próprio trabalho. De uma forma objectiva, este modelo estava perfeitamente correcto, porque era inegável que, nessa altura, a natalidade era elevadíssima. Contudo, de outro ponto de vista, este modelo era condenável, porque permitia a existência de trabalho infantil, por exemplo.

Hoje em dia, os filhos são um meio de realização pessoal. E as pessoas querem, muitas vezes, dar aos filhos um nível de vida que, se calhar, nunca tiveram. E isto faz com que não tenham muitos filhos, visto que é difícil sustentar 3 ou mais filhos, mantendo o nível de vida que poderiam ter se tivessem apenas 1 filho.

Portanto, hoje em dia, nesta sociedade materialista e consumista, o que importa é ter um só filho para lhe proporcionar uma vida de rei.
Daqui a alguns anos, para além do envelhecimento da população e da falência dos sistemas de segurança social, estes pais, que criaram o seu filho dando-lhe aquilo que podem e não podem, enfrentarão um grave problema: o seu filho, aquela coisa adorável que agora se transformou num adulto, irá ser um mimado e um preguiçoso, porque sempre foi habituado a ter tudo aquilo que quis.
E agora, estes pais, que pretendiam talvez gozar a sua reforma com algumas viagens que nunca puderam fazer, têm, dentro de suas casas, um parasita, que pretende lá ficar sabe Deus até quando, e que exige dos pais a mesma atenção (pessoal e, sobretudo, material) a que foi habituado.

No fundo, o problema da baixa natalidade não é só um problema de envelhecimento populacional e de falência dos sistemas de segurança social. O grande problema é que estes pais estão a criar uma nova geração que será preguiçosa, comodista e acomodada.

A baixa natalidade não põe apenas em causa o futuro económico do País. Este flagelo está a criar uma geração sem ideais, e mal habituada, que nunca irá zelar convenientemente pelos interesses do País.

domingo, 2 de dezembro de 2007

A Venezuela e os porta-Chavéz

Vai haver na Venezuela um referendo importante, que, caso obtenha aprovação, irá alterar profundamente o sistema constitucional daquele país.
Um dos fervorosos apoiantes deste referendo é o presidente, Hugo Chavéz. Se o "sim" ao referendo vencer, Chavéz poderá recandidatar-se ao cargo de Presidente quantas vezes quiser, tendo já mostrado intenção de ficar no poder até 2050 (!).
Aquilo que mais confusão me faz é que a Venezuela, no plano internacional, não seja considerada uma ditadura. É sabido que a oposição na Venezuela é fortemente reprimida e que a liberdade de expressão não passa de uma miragem, portanto, dizer que a Venezuela é democrática é o mesmo do que dizer que no Iraque reina a paz e a segurança.
Lembro-me que há uns anos, na Áustria, o sr. Haider ganhou umas eleições legislativas. Na altura, todos condenaram a Áustria, dizendo que a extrema-direita estava no poder, quando aquilo que aconteceu foi apenas que o vencedor das eleições não foi o desejado pela comunidade Internacional.
No entanto, com a Venezuela, nada disto se passa. E porquê? Porque no poder está a extrema-esquerda, que nacionaliza o Banco Central e as produções de petróleo, que se quer eternizar no poder e reprimir os opositores.
Portanto, a comunidade internacional, ao não condenar esta tendência ditatorial do presidente da Venezuela, acaba por cair no seu bolso, seduzida pelo petróleo e não passando, afinal, de um mero "porta-Chavéz".