segunda-feira, 30 de junho de 2008

Férias

Depois de uma extenuante época de exames, irei tirar umas pequenas férias. De vez em quando, escreverei aqui algumas coisas, mas com uma frequência bastante menor.

Boas férias a todos.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

O futuro de Sócrates

Aproveito agora para falar de um tema que não está directamente na agenda política, mas que julgo ser necessário abordar quanto antes: a recandidatura de Sócrates em 2009.

E o tema é sério, não porque me preocupem as intenções de Sócrates, mas sim porque me preocupa o estado da oposição para ser governo já a partir de 2009.

É que, neste momento, não é líquido que Sócrates se recandidate em 2009. O autoritarismo que tem caracterizado a sua primeira legislatura fez com que ele não saiba governar sem maioria absoluta. E com a crise internacional a entrar em força em Portugal, e com Manuela Ferreira Leite no PSD, é altamente provável que Sócrates perca (pelo menos) a maioria absoluta que lhe permitiu 4 anos de despotismo (pouco) esclarecido.

A perda da maioria absoluta justficaria, assim, uma retirada de Sócrates, que manteria a sua invencibilidade eleitoral, e evitaria entrar num Governo minoritário, onde as grandes decisões (Orçamento, por exemplo) estariam reféns de cedências e convergências que são do desagrado de Sócrates.

E para onde iria Sócrates? Em princípio, talvez fosse para a União Europeia. Digo "em princípio" porque o fracasso do Tratado na Irlanda pode ter comprometido esta sua ambição internacional (daí Sócrates ter dito que o resultado do referendo tinha sido prejudicial para a sua carreira política). Uma reforma dourada na UE permitiria a Sócrates "arrefecer" a sua imagem, podendo voltar mais tarde, quem sabe até para disputar a Presidência da República.

Resta agora esperar para ver. Na minha opinião, o tema é sério e merece ser discutido e aprofundado. E Ferreira Leite que se cuide, pois não é de todo improvável que o PSD seja Governo já em 2009...

Nota - Algumas das informações deste texto não são meramente especulativas e provêm de pessoas com conhecimento de causa. Se isto que eu disse aqui realmente acontecer, a surpresa será menor...

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Breve nota sobre o referendo irlandês

Fala-se em contornar o "Não" da Irlanda.

Mas esse "Não" não foi democraticamente escolhido? Quem é a UE para interferir (ainda mais) na soberania dos seus Estados-Membros, ao ponto de lhes condicionar o poder democrático?

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Ouvir...

...e passar para aqui


75 minutos

3 - 1...

É impressão minha, ou o Ricardo só serve para defender penalties?

40 Minutos

2 - 1...

Recuperação épica?

35 Minutos

2 - 0...

Isto só pode correr mal.

Entrevista ao ditador

Assistimos ontem a um dos momentos mais degradantes na televisão portuguesa. Pior do que o Big Brother e todos os outros reality shows juntos. Ontem, pela primeira vez, a nossa televisão pública entrevistou um ditador.

E além de ter entrevistado um ditador, deu-lhe tempo de antena em prime time, permitindo que os portugueses fossem bombardeados com uma propaganda totalitária, repressiva e autoritária.

No entanto, poucas são as vozes que se levantam contra isto. Será que mais ninguém ficou chocado com esta entrevista?

Ainda por cima, a entrevista foi conduzida por Mário Soares que, como todos sabemos, foi conivente com o PREC e todos os atentados às liberdades cometidos nesses períodos.

Se isto acontecesse numa televisão privada, a crítica mantinha-se, mas o escândalo seria menor. O facto de aquele ditador ter sido entrevistado pela televisão pública, na Venezuela (com todas as despesas de deslocação e mobilização de meios que uma operação destas acarreta), faz com que seja vergonhoso que o dinheiro dos nossos impostos seja utilizado neste tipo de coisas.

Mas, tal como já disse, ninguém se importa.

Uma vez mais, faço a mesma pergunta de há algum tempo: e se Chávez fosse de Direita? Será que a RTP o entrevistava? E se o entrevistasse? Que tipo de reacções teríamos?

quarta-feira, 18 de junho de 2008

O erro

Um eventual acordo para ressuscitar o Bloco Central constituirá um dos maiores erros políticos de sempre.

Numa altura onde a nossa sociedade é dominada pelo comodismo, a solução do Bloco Central espelha bem o comodismo que já reina na nossa vida política. É muito mais fácil fundir ideias intrinsecamente diferentes do que ter ideias próprias e pensar pela sua própria cabeça.

A meu ver, nem o PS nem o PSD beneficiariam do Bloco Central. Obviamente que, juntos, governariam Portugal a seu bel-prazer, mas no longo prazo esta solução pode revelar-se desastrosa. Desastrosa porque deixa de haver oposição.

Se o PSD e o PS se juntarem, terão à volta de 210 deputados, sobrando 25, que terão a árdua tarefa de fazer, sozinhos, oposição a um Governo esmagadoramente maioritário. A falta de oposição conduzirá, por sua vez, a um sentimento de impunidade por parte dos governantes, que não se coibirão de aproveitar tudo aquilo que o poder oferece, ainda para mais quando não há oposição.

Será este o futuro que queremos para Portugal?

terça-feira, 17 de junho de 2008

O referendo na Irlanda

Por manifesta falta de tempo, fica aqui uma pequeníssima reflexão acerca do chumbo da Irlanda ao Tratado de Lisboa.

O chumbo da Irlanda fez-me recordar a Áustria. Eu sei que, à partida, poucas coisas unem estes países, mas é certo que são dois exemplos de países que fugiram do politicamente correcto.

A Áustria, por volta de 1996 ou 97, teve o desplante de eleger democraticamente um Governo que fugia aos padrões vigentes na UE. A Irlanda, em 2008, teve o desplante de chumbar democraticamente um Tratado que, por imposição constitucional, tinha de ser referendado.

No primeiro caso, a UE sancionou a Áustria, vencendo por cansaço o Governo de Haider. E agora? Será essa a táctica a utilizar? É que é mais fácil vencer um Governo por exaustão do que vencer os milhões de Irlandeses que aceitaram o Tratado.

No entanto, parece-me que o rumo será esse. Já vários membros da Comissão vieram dizer que, como o Tratado foi chumbado, há que haver novos referendos, até que se restaure o politicamente correcto e o Tratado seja aprovado. Foi assim com a Dinamarca, e será essa a sorte da Irlanda.

No meio de tudo isto, temos ainda Sócrates, grande obreiro do Tratado. Se lhe restasse um pingo de humildade, Sócrates devia declarar publicamente o seu apoio à consulta popular na Irlanda, e procurar arranjar novos rumos para a União Europeia.

Contudo, não será (nem foi) isto que aconteceu. Sócrates preferiu seguir a linha da Europa, e aderir ao politicamente correcto, condenando o referendo, e mostrando-se favorável a uma construção federalista europeia "à pressão".

É caso para perguntar: e onde está a Democracia?

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Revelações ou a importância da experiência

Ao longo destes meses, tenho escrito aqui numa espécie de anonimato, que é coisa comum da blogosfera.

Apesar de não ser minimamente conhecido na vida pública, o facto de escrever apenas com as iniciais do meu nome dá-me um desprendimento para a tomada de certas posições que de outra forma não teria. Ou melhor, até teria esse desprendimento, mas talvez de uma forma mais contida.

Serve isto para dizer que estou um pouco cansado do anonimato em que tenho escrito. Por enquanto, não é esta a altura de revelar o meu nome (até porque isso não adiantaria muito...), mas gostava de informar os leitores deste blogue da minha idade.

Completei 22 anos há três dias. E a partir de agora estou preparado para todas as críticas. Desde a inexperiência à precipitação normal da idade, digam aquilo que bem entenderem. Mas devo desde já dizer que críticas dessas de nada adiantam.

Quem discorde de uma certa posição por mim tomada cometerá um grande erro se me atacar por falta de experiência. Porque aqui discutem-se ideias e convicções, não se discutem estados de alma ou problemas pseudo-existenciais de uma eventual adolescência tardia.

PS - Revelada a minha idade, revelo também o motivo da minha ausência: exames. Estou a terminar o 4º Ano de Direito, e sobra-me pouco tempo para vir até aqui...

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Então adeus

Chelsea confirma Scolari como novo treinador

Falta de gasolina

Com a escassez de gasolina, se Portugal ganhar hoje, será que alguém vai festejar para o Marquês de Pombal?

Nova greve

Depois de já me ter insurgido aquando da greve dos pescadores, volto a fazê-lo com a greve dos camionistas.

Ou melhor, com a greve de alguns camionistas. Porque outros há que pretendem trabalhar e fazer as suas entregas a tempo e horas, sendo depois barrados e impedidos pelos colegas de profissão que estão em greve.

Portanto, esta greve cai à partida por ser imposta. Ela não resulta apenas de um esforço de mobilização dos camionistas. Esta greve resulta, sim, de um esforço de intimidação e de bloqueio dos camionistas grevistas face aos não grevistas.

Imagine-se o que seria se numa das greves habituais da Função Pública os sindicalistas fossem a casa dos funcionários públicos à força e os arrastassem para a sua manifestação. Todos se revoltariam contra um atentado à liberdade como este, não era?

Pois bem, na greve dos camionistas sucede exactamente o mesmo. Os camionistas obrigam todos os seus colegas a fazerem greve, transformando um direito de exercício voluntário num direito de exercício obrigatório. E ao obrigarem ao exercício desse direito, por vezes até perdem a vida...

E no meio de tudo isto, onde está a polícia? Será preciso elencar novamente a lista de direitos que estão a ser violados e os crimes que estão a ser cometidos pelos camionistas em greve? Porque é que, mais uma vez, a polícia não intervém?

Será que lhes falta gasolina para irem até aos sítios da greve? Será que têm medo dos camionistas? Será que os polícias continuam a achar que a greve é sagrada?

terça-feira, 10 de junho de 2008

Surpreendente

Foi fundada a Associação Ateísta. Ler mais n' O Povo.

São retrógrados

Todos nós temos uma raça. Uns são brancos, outros pretos, outros amarelos, encarnados, etc etc. Mas é certo que raça, como já referi, todos temos, seja ela qual for.

O facto de o PCP e o Bloco de Esquerda se insurgirem contra o facto de Cavaco se referir ao dia de hoje como Dia da Raça é absolutamente ridículo, e demonstra apenas a falta de interesse da nossa vida política, que perde tempo com assuntos estapafúrdios como este.

Mas, se a extrema-esquerda perdeu tempo com isto, há tentar (ainda que infrutiferamente) chamá-los à razão.

Para o PCP e o Bloco de Esquerda, o facto de o Presidente se ter referido ao 10 de Junho como o Dia da Raça não deveria ser perturbador. Com efeito, se a variedade de raças é enorme, o facto de o Presidente se referir ao dia de hoje como o Dia da Raça mostra bem o esforço inclusivo feito por Cavaco Silva, para levar o Dia de Portugal a todas as raças que, como sabemos, povoam o nosso País.

Portanto, custa ver a extrema-esquerda, sacrossanta defensora das igualdades ainda que as diferenças sejam inconciliáveis, uivar contra uma declaração tão abrangente e inclusiva de Cavaco, que dirigiu como que um convite a todas as raças para comemorarem o 10 de Junho.

A razão desta indignação é simples, e diz-se em poucas palavras: a extrema-esquerda é retrógrada. Isso mesmo. Retrógrada. E é retrógrada porque, assim que ouve falar em raça, vem-lhe imediatamente à ideia a superioridade da raça branca, uma ideia do passado, que todos sabemos que não estava, nem estará em causa, no ano de 2008, em Portugal.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

E se baixassem o ISP em vez disto?

Postos de abastecimento em auto-estradas obrigados a dizer preços dos concorrentes

Ridículo

Leio no DN de hoje que a RTP foi impedida de transmitir em directo uma tourada às 17h30. As razões invocadas diziam que, a essa hora, há muitas crianças a ver televisão, e que uma tourada é demasiado violenta e susceptível de chocar o público mais jovem.

Enquanto isso, liga-se a televisão na TVI, às 18h00, e vêem-se os "Morangos com Açúcar". Nessa novela, a troca de parceiros sexuais é frequente, o uso de drogas é "fixe", e o respeito pelos pais e professores é inexistente.

Não serão os "Morangos"mais chocantes do que uma tourada?

Balanço da manifestação

Por motivos profissionais, tive hoje oportunidade de "assistir" ao princípio da manifestação da CGTP em Lisboa, no Marquês de Pombal.

Por muita concentração que se tenha enquanto se trabalha, foi para mim inevitável tirar as seguintes conclusões:

1 - A maioria dos manifestantes eram alentejanos
2 - A esmagadora maioria dos manifestantes não sabe bem o que lá está a fazer. Com efeito, antes de entrar para o prédio onde estava, ouvi um manifestante a perguntar a outro: "Olha lá, este cartaz é para ir ou não?" O outro responde: "Não sei. Leva na mesma para parecerem muitos."
3 - Havia vários manifestantes de muletas, o que significa que podem estar de baixa para não trabalharem, mas que o facto de estarem de muletas não os impede de faltar a uma "patuscada" destas
4 - Os slogans são os mesmos desde há 30 anos, e os homens dos megafones também. Além de me terem proporcionado um concerto de "Grândola Vila Morena" (a música repetiu TODA, pelo menos 20 vezes), ouviram-se os clássicos "CGTP unidade sindical" e "A luta continua", o mais recente "Mentiroso!" e o (para mim) novo "O custo de vida aumenta mas os bolsos não alargam", entre muitos outros
5 - Apesar de o direito de manifestação ser muito bonito, esta manifestação arruinou-me uma tarde de trabalho. Que os manifestantes não trabalhem e saiam para a rua, muito bem. Agora é inadmissível fazerem aquela barulheira infernal, durante quase duas horas, prejudicando todas as pessoas que tentam trabalhar na zona da Av. Fontes Pereira de Melo e do Marquês.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

terça-feira, 3 de junho de 2008

Será preciso?

Galp será obrigada a divulgar custos e proveitos do armazenamento e transporte de combustíveis

O Estado tem uma goldenshare na Galp que lhe permite aceder a esta informação. Será que o ministro não sabe?

O relatório esperado

Afinal não há estratégia anti-concorrencial por trás dos preços dos combustíveis. Nem cartel, nem concertação de preços.



Os preços estão assim porque têm de estar, as empresas de combustíveis não roubam os consumidores, e vamos andando, felizes e contentes, nesta ilusão de que existe mercado de combustíveis em Portugal.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Vergonhoso

Numa altura de grave crise, onde são pedidos inúmeros sacrifícios financeiros, custa ler esta notícia do Público.

O Estado, não contente com os impostos que arrecada, auto-prejudica-se nessa patriótica missão de redução do défice por ter gasto 800 milhões de Euros irregularmente.

Enquanto que os portugueses poupam e espremem os seus rendimentos até ao fim do mês, o nosso (des)Governo gasta "à tripa forra", desbaratando 800 milhões de Euros de forma irregular.

Está visto para que servem os 184 dias que os portugueses trabalham só para pagar impostos...

Peixe português ou espanhol?

ASAE identifica 30 quilos de pescado impróprio no mercado da Quarteira

O regresso

Inter de Milão confirma contratação de José Mourinho

domingo, 1 de junho de 2008

A greve é um direito...como outro qualquer

Os pescadores estão em greve contra o aumento dos combustíveis. Estão no seu direito. Mas será que o facto de fazerem greve lhes dá o direito de bloquearem estradas e inspeccionarem malas de veículos privados?

Pelos vistos, sim. Parece que o facto de se estar em greve justifica tudo, como se a greve fosse um direito inatacável, que se posiciona acima de qualquer outro direito ou liberdade individual. Quem eram aqueles pescadores para mandar abrir malas de carros, sob ameaças de violência? O facto de estarem em greve dota-os de algum poder público que lhes permita fazer isto?

São atitudes como estas que fazem com que as greves tenham pouco efeito em Portugal. Os grevistas acham-se sempre cobertos de razão, e ao abrigo do seu direito à greve fazem coisas inexplicáveis, que desviam a atenção dos motivos da greve para as consequências dessas mesmas atitudes.

E no meio de tudo isto, onde estava a polícia? Ali havia claramente motivos para uma intervenção policial. Havia um bloqueio a uma propriedade privada, havia ameaças à integridade física e havia violação de propriedade privada de cada vez que alguém era forçado a abrir as malas dos carros. Além disso, havia ainda crime de dano, de cada vez que era destruído o peixe que as pessoas levavam. Com jeitinho, poderia até configurar-se o crime de furto, visto que as coisas eram retiradas aos seus proprietários com violência.
Perante toda esta panóplia de crimes e violações, porque é que a PSP, a GNR ou a Polícia Marítima não estavam lá? Estou certo de que cada uma destas entidades sabia perfeitamente dos excessos que eram ali cometidos.

Mas se sabiam, porque é que não foram lá? É simples: não foram lá por medo. Os polícias deste país não exercem a sua autoridade (à qual estão obrigados, ainda que estejam fora de serviço) porque acham que, ao abrigo do direito à greve, podem cometer-se todos os atentados contra direitos individuais.

O direito à greve não é sagrado. É pena que muita gente ainda ache o contrário...

Avião fretado

Será que se pode fumar no avião da Selecção?