terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Os Contras do Prós e Contras

Ontem assistimos a mais um round no Prós e Contras. Lá estavam as duas partes, ministra e professores, no seu 35º assalto, 34º realizado na televisão pública.

Perdoar-me-ão o exagero, mas já houve pelo menos dois programas de Prós e Contras inteiramente dedicados à luta entre professores e ministra.

Obviamente que defendo que a RTP, enquanto estação televisiva de serviço público, tem de ocupar o prime time com questões marcantes da actualidade. Mas duvido que aquela ministra e aqueles professores mereçam 3 horas seguidas de tempo de antena, sendo que já tinha havido o mesmo debate há cerca de um mês.

Ainda para mais, não considero o Prós e Contras um programa propício a criar consensos. E pelo que as partes envolvidas dizem, aquilo que todos pretendem é a obtenção de um consenso. É manifestamente impossível chegar-se a um consenso num programa onde a extremação de posições é incentivada e serve até de título ao debate. Não é possível chegar-se a um acordo quando há uma entrevistadora que espicaça permanentemente os intervenientes, incitando-os a criar polémicas que, com conversas serenas, poderiam ser resolvidas.

Em suma, certas questões fundamentais não se devem expor ao circo que é o programa Prós e Contras. É lógico que todos temos direito a ser informados do andamento dos processos negociais, mas não temos o direito de perturbar esses processos, assistindo a programas que pretendem tudo, menos o consenso entre as partes.

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