terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Foi há um ano...

O referendo ao aborto foi há precisamente um ano.
Desde há um ano que se matam milhares de seres humanos indefesos em diversos hospitais públicos.

Mortos impunemente.

No entanto, as estatísticas mostram que o número de abortos é extremamente inferior ao previsto. Isto pode significar duas coisas. Em primeiro lugar, pode querer dizer que a vontade de abortar das mulheres portuguesas não é assim tão grande como isso. Em segundo lugar, pode querer dizer que ainda são feitos muitos abortos clandestinos, que não entram nessa estatística.

Relativamente ao primeiro aspecto, pressupondo que ele é verdadeiro, parece que as ideias abortistas não estão a ter tanto sucesso como isso. Durante a campanha para o referendo, os partidários do “Sim” defendiam que praticamente todas as mulheres portuguesas estariam interessadíssimas em abortar. O aborto seria uma coisa banal, quase como uma consulta médica de rotina. No entanto, os números indicam o contrário. Afinal, parece que nem todas as mulheres têm um instinto homicida dentro delas, que as leva a matar os seus próprios filhos,ainda antes do seu nascimento.

Quanto ao segundo aspecto, se ele for verdadeiro, mostra uma falha grave nos motivos em que se baseava a campanha pelo Sim.
Os partidários de ideias abortistas queriam uma nova lei para que se acabasse com os abortos clandestinos. No entanto, e mais uma vez, os números podem demonstrar o contrário. A ideia utópica e idealista de que a lei permissiva combate a clandestinidade é aqui desmontada e negada.
Tenho a certeza de que ainda há mulheres a abortar clandestinamente, num sítio “todo badalhoco”, citando os Gato Fedorento, apoiantes do Sim.

Por outro lado, é louvável a iniciativa do CDS, ao querer saber quantas mulheres já fizeram mais de um aborto num ano. Claro que a maioria socialista não vai deixar que esses números se tornem públicos, mas de qualquer forma, era interessante que isto se soubesse.

Afinal, os partidários do Sim sempre se mostraram contrários ao uso do aborto como método contraceptivo.
Mas julgo que um dos efeitos desta lei terá sido a introdução em Portugal de um novo método contraceptivo: o aborto, realizado em hospitais públicos, e pago com o dinheiro de todos os contribuintes.

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