quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Gatos e tradições

Há alguns dias, assistimos mais uma vez a um ataque feroz a tradições inofensivas.

No carnaval de Campia queriam levar a cabo uma tradição antiquíssima, que consistia num aprisionamento de um gato num cântaro, a alguns metros de altura, que depois caía cá em baixo, altura em que o gato saía a correr.

Acontece que, há alguns dias atrás, os fundamentalistas defensores dos animais (nomeadamente a associação Animal) escreveram um texto onde exigiam o fim desta tradição. Como se isto não fosse ridículo, viu-se que há dois dias, na festa de Carnaval, os populares quebraram mesmo a tradição, e em vez de um gato colocaram dentro do cântaro um animal de peluche.

Cedências deste género dão a estas associações um poder semelhante ao dos terroristas. A partir de agora, estas entidades acham-se legitimadas para intervir em todo e qualquer aspecto relativo a direitos dos animais. A partir de segunda feira passada, estas entidades sabem que lhes basta fazer um bocadinho de barulho para as pessoas terem medo e deixarem de fazer as coisas como tinham planeado.

Tal e qual como os terroristas.

Os terroristas (e aqui refiro-me apenas aos islâmicos) também lançam vídeos e textos a anunciar atentados e a difundir a sua raiva contra o Ocidente. E com esses vídeos semeiam o medo em alguns sectores da população, alterando os seus hábitos de vida.

O grande problema é que o medo da população abriu um precedente. No próximo ano, bastará que uma associação destas condene novamente esta tradição para que ela não se realize.

Foi isso que esta associação conseguiu fazer. Acabou com uma tradição antiga e, a meu ver, inofensiva. Colocou os direitos de um gato acima de uma tradição de um povo.

No fundo, tratou melhor um animal do que um conjunto de pessoas.

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