A vitória de Obama nas eleições de ontem revela dois factos interessantes: em primeiro lugar, mostra que (ao contrário do que os europeus anti-McCain previam), a diferença entre os candidatos acabou por não ser assim tão grande. Depois, esta eleição de Obama para Presidente dos EUA mostra como os americanos são um povo um pouco ingénuo, que se deixa cativar facilmente por discursos ocos e utópicos, sem terem a preocupação de ver o que está por trás da imagem de Obama.
Em relação a Bush, Obama terá uma grande vantagem: vai ter os media do seu lado (agora que Bush irá sair, prevejo uma grande crise de criatividade para os seus detractores - nomeadamente Jon Stewart, Conan o'Brien, entre outros - que vão ter de inventar novos assuntos para os seus programas). O facto de ter os media do seu lado, permitirá a Obama continuar com o seu discurso de mudança, prometendo mundos e fundos, numa utopia que, pelos vistos, une agora a maioria do povo americano.
Mas um país não se governa com ideias. O povo não se satisfaz com a chegada da mudança, se essa mudança não lhes puser comida no prato e não lhes aliviar os encargos ao fim do mês.
Terá Obama algo mais para dar? Terá este homem ideias concretas que permitam recuperar a maior economia do Mundo e restaurar a confiança nos mercados internacionais? Terá Obama a habilidade de gerir questões sensíveis de política externa, como o Médio-Oriente, o Irão e a Coreia? Terá Obama os (perdoem-me a expressão) cojones de retirar as tropas americanas do Iraque (tal como prometeu)?
À partida, penso que muitas destas questões têm uma resposta negativa. Mas Obama tem 4 anos para provar o contrário..
ALENTEJO ALENTEJO!!
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