quinta-feira, 26 de junho de 2008

O futuro de Sócrates

Aproveito agora para falar de um tema que não está directamente na agenda política, mas que julgo ser necessário abordar quanto antes: a recandidatura de Sócrates em 2009.

E o tema é sério, não porque me preocupem as intenções de Sócrates, mas sim porque me preocupa o estado da oposição para ser governo já a partir de 2009.

É que, neste momento, não é líquido que Sócrates se recandidate em 2009. O autoritarismo que tem caracterizado a sua primeira legislatura fez com que ele não saiba governar sem maioria absoluta. E com a crise internacional a entrar em força em Portugal, e com Manuela Ferreira Leite no PSD, é altamente provável que Sócrates perca (pelo menos) a maioria absoluta que lhe permitiu 4 anos de despotismo (pouco) esclarecido.

A perda da maioria absoluta justficaria, assim, uma retirada de Sócrates, que manteria a sua invencibilidade eleitoral, e evitaria entrar num Governo minoritário, onde as grandes decisões (Orçamento, por exemplo) estariam reféns de cedências e convergências que são do desagrado de Sócrates.

E para onde iria Sócrates? Em princípio, talvez fosse para a União Europeia. Digo "em princípio" porque o fracasso do Tratado na Irlanda pode ter comprometido esta sua ambição internacional (daí Sócrates ter dito que o resultado do referendo tinha sido prejudicial para a sua carreira política). Uma reforma dourada na UE permitiria a Sócrates "arrefecer" a sua imagem, podendo voltar mais tarde, quem sabe até para disputar a Presidência da República.

Resta agora esperar para ver. Na minha opinião, o tema é sério e merece ser discutido e aprofundado. E Ferreira Leite que se cuide, pois não é de todo improvável que o PSD seja Governo já em 2009...

Nota - Algumas das informações deste texto não são meramente especulativas e provêm de pessoas com conhecimento de causa. Se isto que eu disse aqui realmente acontecer, a surpresa será menor...

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