quarta-feira, 18 de junho de 2008

O erro

Um eventual acordo para ressuscitar o Bloco Central constituirá um dos maiores erros políticos de sempre.

Numa altura onde a nossa sociedade é dominada pelo comodismo, a solução do Bloco Central espelha bem o comodismo que já reina na nossa vida política. É muito mais fácil fundir ideias intrinsecamente diferentes do que ter ideias próprias e pensar pela sua própria cabeça.

A meu ver, nem o PS nem o PSD beneficiariam do Bloco Central. Obviamente que, juntos, governariam Portugal a seu bel-prazer, mas no longo prazo esta solução pode revelar-se desastrosa. Desastrosa porque deixa de haver oposição.

Se o PSD e o PS se juntarem, terão à volta de 210 deputados, sobrando 25, que terão a árdua tarefa de fazer, sozinhos, oposição a um Governo esmagadoramente maioritário. A falta de oposição conduzirá, por sua vez, a um sentimento de impunidade por parte dos governantes, que não se coibirão de aproveitar tudo aquilo que o poder oferece, ainda para mais quando não há oposição.

Será este o futuro que queremos para Portugal?

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