quinta-feira, 29 de novembro de 2007

A Greve de Amanhã

As Greves não me agradam. Assim como os trabalhadores se sentem injustiçados com os patrões, os utentes também se sentem injustiçados com os trabalhadores grevistas. Basta ver aqueles directos improvisados em paragens de autocarro, logo de manhã, para perceber que essas pessoas, que vão perder muitas mais horas em deslocações, não acham piada nenhuma à greve.
Por outro lado, os grevistas têm sempre por hábito realizar uma marcha que, invariavelmente, sobe a Avenida da Liberdade (pois claro...), passa pelo Marquês e desemboca em São Bento. E fazem esta marcha sempre ao fim da tarde, em plena hora de ponta. Portanto, para provar que não sou o único a quem as greves não agradam, talvez fosse boa ideia perguntar aos automobilistas que se dirigem a essa hora para casa e se deparam com o trânsito cortado, se concordam com a greve.
Ou melhor, se concordam com a greve feita daquela maneira.
Porque para os sindicatos, a ideia de greve mistura-se com a ideia de dificultar a vida aos utentes dos serviços paralisados. Talvez porque seja esta a única maneira de chamar a atenção para a causa que defendem. O curioso disto tudo é que o tiro sai-lhes pela culatra. Com efeito, a atenção que os media dão a uma greve não se concentra nas reivindicações dos trabalhadores, mas sim nos transtornos causados aos utentes.
No fundo, o circo que os trabalhadores criam à volta das suas greves faz com que as suas reivindicações não sejam ouvidas. Mas não foram essas reivindicações que os fizeram partir para a greve?

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