quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Começou a guerra

O PS deu uma argolada de todo o tamanho ao não ter alterado o Estatuto dos Açores. Em primeiro lugar, comprou uma guerra com quem menos lhe interessava (já lhe bastam os professores, os alunos e sabe-se lá que mais...). Depois, fez birra numa questão menor e que, directamente, pouco lhe dizia respeito.

Com tudo isto, o PS (e o Governo) perdeu o maior aliado não governamental que tinha neste momento. Cavaco, até aqui, tinha sido um Presidente contido nas suas declarações, rápido a elogiar e discreto nas críticas que fazia. E isto é facilmente comprovável: basta falar no suspense gerado pela declaração que Cavaco fez em Julho para ver quão discreto tinha sido Cavaco até então acerca dos Açores.

A partir daqui, nada será como dantes.

Acredito plenamente que Cavaco não desate a criticar Sócrates e o Governo publicamente, mas estou certo que, em privado, a tal cooperação estratégica não vai ter nem cooperação nem estratégia comum, e que vai ser cada um por si.

Claro que os poderes presidenciais são de tal forma escassos que Cavaco não vai poder fazer mais do que vetar umas quantas leis para poder ir dando umas alfinetadas a Sócrates.

Mas, de qualquer forma, será mais um inimigo ganho pelo Governo, e que nada o ajudará numa altura em que as eleições estão próximas.

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