terça-feira, 31 de março de 2009

Freeport: muito mais que um outlet

O célebre caso Freeport enjoa-me. Estou farto de ligar a televisão e ver sempre as mesmas imagens do outlet, com bandeiras esvoaçantes numa harmonia aparente que, no plano ético e jurídico, nunca existiu.

A própria existência do Freeport espanta-me. De cada vez que o vejo (e da única vez que lá fui), interrogo-me como será possível que se tenha construído, no estuário do Tejo, um edifício tão megalómano e tão disforme perante a natureza que o envolve. Mais espanto me causa quando sei, por ter estudado, que a construção de algo que esteja dentro, ou até próximo de um local protegido é extremamente difícil e que, para ultrapassar essas dificuldades, este mesmo Governo criou os chamados PIN (Projectos de Interesse Nacional), que vêem a sua aprovação ambiental facilitada, caso sejam construídos em zonas sensíveis.

Portanto, o Freeport sempre me causou estranheza e, como português que sou, pensei logo que haveria alguém a meter dinheiro ao bolso com aquele licenciamento.

As minhas suspeitas confirmaram-se com o aparecimento do caso Freeport. Afinal, parece que houve mesmo subornos e dinheiros pagos "por fora" para que o Freeport pudesse ter as licenças de construção necessárias.

E o que mais custa (mais ainda do que ver um edifício feio mesmo em cima do rio) não é pensar que houve ilegalidades, porque desde a sua construção que tinha a certeza da sua existência. O que mais me custa é ver que os autores dessas ilegalidades, por estarem sentados lá bem no alto (talvez até numa cadeira no Palácio de S. Bento...) estão a tentar viciar a investigação, pressionando os órgãos competentes.

A meu ver, estas pressões merecem uma investigação muito mais séria e profunda do que o próprio caso Freeport. Porque este, mais cedo ou mais tarde, irá certamente ser arquivado, com a benção de S. Bento. Quanto às pressões, desde que as pessoas pressionadas resolvam falar, podem ser investigadas em profundidade, incriminando os seus autores, por forma a devolver aos portugueses a confiança na justiça e também para lhes garantir que, no Estado de Direito em que vivemos, a separação de poderes e a independência dos Tribunais (valores constitucionalmente consagrados) estão perfeitamente assegurados.

É preciso é que quem investigue as pressões não se deixe pressionar, e vá até ao fim, doa a quem doer.

terça-feira, 24 de março de 2009

A verdade sobre as arbitragens

Já que estamos em maré de futebol (e não escondendo, obviamente, que sou um sportinguista ferrenho - embora não faccioso), recomendo vivamente a leitura deste texto.

Afinal, parece que o episódio da Taça da Liga foi apenas mais um, nesta época de clara perseguição ao Sporting.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Vergonhoso



Eis a camisola que estava debaixo do uniforme do Sr. Lucílio.

Papa, preservativos e cartoons

Nesta sociedade da livre expressão, do livre pensamento e da livre opinião, foi confrangedor ver os maiores defensores de todas estas liberdades a caírem em cima do Papa pelas suas declarações acerca do preservativo.

Para estes acérrimos defensores da liberdade de opinião, parece que só é lícito defender opiniões que também por eles sejam partilhadas. Qualquer ideia que saia fora daquilo que eles entendem ser o "politicamente correcto" é imediatamente atacada, juntamente com a pessoa que teve a ousadia de a proferir.

Aquilo que o Papa disse está inteiramente correcto, quer religiosamente, quer cientificamente. Se um rapaz e uma rapariga nascerem hoje, se só se deitarem um com o outro e se praticarem a abstinência que a Igreja propõe, não há forma de nenhum deles contrair o vírus da SIDA. É absolutamente impossível.

O problema é que as pessoas que defendem fervorosamente o uso do preservativo para combater a SIDA em África demonstram apenas uma enorme falta de paciência e até algum preconceito. A ideia deles é ver os africanos como animais, que se deitam com tudo e todos e que, além disso, não podem ser ensinados a ter comportamentos saudáveis e, a meu ver, normais.

Porque quem defende o uso do preservativo para combater a SIDA é também apologista da promiscuidade, que leva depois aos comportamentos de risco. Como já disse acima, se duas pessoas saudáveis só se relacionarem entre si e não usarem o preservativo, não há qualquer hipótese de contrairem SIDA (excepto, obviamente, se tiverem o enorme azar de receberem sangue contaminado numa transfusão ou outros azares do género).

Claro que é muito mais fácil atirar-lhes os preservativos e deixá-los comportar-se como animais. Dá bastante menos trabalho dar ferramentas que os tornem imunes aos maus comportamentos do que mudar esses comportamentos. Além disso, há uma descrença nas capacidades de aprendizagem dos africanos, já que se supõe que eles não têm a capacidade para aprender a mudar as suas atitudes sexuais.

Por tudo isto, estou 100% de acordo com o Papa. E não entendo o porquê de tantos ataques, quando aquilo que o Papa defende é óbvio.

Outra questão, bastante mais grave, são os cartoons que por aí vão surgindo. É certo que quem os desenha só pretende ter alguma publicidade (e só abordo este tema porque este blog não tem muitos leitores porque, caso contrário, não iria contribuir com mais publicidade para estes senhores), mas também é óbvio o conteúdo ofensivo destes desenhos para todos os católicos.
Relativamente a estes cartoons, onde estão as condenações públicas dos desenhos e respectivos autores? Onde está o Dr. Freitas do Amaral a pedir desculpa aos católicos, tal como fez com os muçulmanos?